Mês da Visibilidade Lésbica reforça a importância de descontruir preconceitos contra as mulheres lésbicas

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Marcello Veríssimo

Agosto é o mês da Visibilidade Lésbica, um período dedicado a entender, reconhecer e promover a luta pelos direitos e igualdade das mulheres lésbicas. O Dia Nacional da Visibilidade Lésbica é celebrado em 29 de agosto. A data foi escolhida em razão do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), que aconteceu em 1996.

De lá para cá, apesar dos avanços e conscientização por meio de políticas públicas, o país ainda enfrenta um cenário preocupante de violência contra essa parcela da população. De acordo com o “Mapeamento de Vivências Lésbicas no Brasil”, realizado pela Liga Brasileira de Lésbicas e pela Associação Lésbica Feminista de Brasília, 24,76% das mulheres lésbicas entrevistadas afirmaram terem sido vítimas de estupro, sendo que a maioria desses crimes (75,13%) foi cometida por pessoas conhecidas das vítimas.

Assim como os gays, a maioria das mulheres lésbicas entrevistadas 78,61% disse já ter sofrido algum tipo de lesbofobia, e 77,39% delas disse conhecer outras mulheres lésbicas que também foram vítimas de violência por conta de sua orientação sexual.

A lesbofobia é a violência específica sofrida por mulheres lésbicas. De acordo com os especialistas, cada grupo da comunidade LGBT+ sofre a discriminação e preconceito de formas diferentes, por isso precisam de soluções diferentes.

A advogada, Brenda Melo, disse que mulheres lésbicas já sofrem estigma pelo simples fato de serem mulheres, além de também possuírem orientação sexual fora do padrão. “Portanto, a discriminação passa por todos esses recortes, isso sem contar as diferenças de classes e de raça, o que pesa ainda mais as formas de discriminação”, disse a advogada.

Outra forma de discriminação é que as mulheres lésbicas sofrem pelo inconformismo da sociedade em vê-las não se relacionarem com homens e tudo que vem junto com isso como a maternidade
sem um homem ao lado, por exemplo. As formas de violência são inúmeras: podem acontecer em casa, como é o caso da violência doméstica, de forma física, psicológica, moral, patrimonial ou sexual, tanto por parentes quanto por suas parceiras (existem mulheres que reproduzem o machismo e a violência). “Também podem ocorrer por estranhos, como é o caso da lesbofobia tipificada na Lei do Racismo (crime de LGBTfobia.), ou o estupro corretivo, que é o crime de estupro contra mulheres lésbicas em razão da sua orientação sexual com intenção de correção”, reforça a advogada.

Litoral Norte – A reportagem do JDL saiu às ruas para tentar saber das lésbicas da região quais são seus principais desejos e sonhos nesse mês de visibilidade, mas encontrou resistência das pessoas em dar entrevista.

A ex-presidente do Fórum LGBT do Litoral Norte, Thífany Félix, disse que espera por mais informação para a sociedade rever seus conceitos e deixar de lado seus preconceitos contra as lésbicas, que são consideradas a letra mais frágil da sigla LGBT+. “Mais informação para a sociedade como um todo, pois quando as pessoas têm informação, elas adquirem conhecimento e passam a respeitar”, disse Félix

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