Marcello Veríssimo
O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, disse nesta quarta-feira (25) que o governo deve contratar policiais militares da reserva para atuar como “gestores de segurança escolar”. A iniciativa seria uma resposta para a opinião pública após o ataque em uma escola na zona leste da capital.
De acordo com Derrite o projeto “está bem encaminhado”, mas ainda precisa da assinatura do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Nesta quarta, o secretário de Segurança Pública do estado participou do COP (Congresso de Operações Policiais), que reuniu servidores das forças de segurança e empresas de armamentos.
Derrite disse que atualmente 2.300 veteranos estão à disposição, que podem trabalhar como gestores escolares ou desempenhar função administrativa nos quartéis, permitindo aumento do efetivo de policiais para rondas. “Ninguém está falando aqui de colocar um policial que vai ser um xerife na escola. Ele vai cuidar do programa de ronda escolar, das câmeras do [programa] Vizinhança Solidária, da integração com a educação”, afirmou ele.
Mas a conta do secretário não fecha, pois a quantidade de policiais veteranos disponíveis é bem abaixo do número de unidades da rede estadual de ensino. “É claro que o ideal seria que os policiais estejam nas 5.300 escolas, aí cabe uma análise técnica, financeira e orçamentária. Vai ser decidido por quem tem a competência para isso, que é o governador”, disse o secretário.
O Governo de São Paulo anunciou hoje que irá contratar 1.000 seguranças privados (homens e mulheres) para atuarem dentro de unidades escolares de todo o estado. 242 estarão na capital e região metropolitana. O serviço deve começar nesta sexta (27) e custará R$ 70 milhões por ano.
Armas – Questionado pelos jornalistas, Derrite descartou a hipótese que os ataques tenham acontecido na esteira do aumento da posse de armas pelos cidadãos brasileiros.
A reportagem obteve acesso ao Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, que mostra que o número de
armas nas mãos de cidadãos comuns mais que dobrou nos últimos oito anos.