Marcello Veríssimo
O impasse na Vila Sahy entre moradores e o governo estadual continua. Após a repercussão gerada com o primeiro pedido para a desocupação da área no mês passado, a PGE (Procuradoria-Geral do Estado) protocolou nesta segunda-feira (18), nova ação judicial para que a desocupação aconteça em fases.
De acordo com a PGE, a fase inicial prevê a demolição de 194 imóveis, que já estão desocupados, e outros 172 em áreas de maior risco que continuam habitados.
A procuradoria informou da necessidade do diálogo contínuo com moradores de outras 157 residências que também precisam ser desocupadas e demolidas. Em 30 dias deve ser apresentado um plano para a retirada dos moradores.
A PGE também informou que houve consulta à Defesa Civil para saber sobre a instalação dos novos equipamentos de alerta instalados na área.
Impasse
Desde o pedido inicial da PGE que solicitava a demolição e retirada em larga escala dos moradores de 893 imóveis, o que se viu é uma sequência de protestos e comentários nas redes sociais.
A audiência virtual realizada no início deste mês terminou sem resolução. De lá para cá, moradores organizaram protestos no bairro e participaram de uma reunião com o governo estadual no teatro de São Sebastião, no último dia 16.
A Vila Sahy foi o epicentro da tragédia com a tempestade que devastou a Costa Sul de São Sebastião e vai completar um ano em fevereiro do ano que vem.
De acordo com os moradores, falta transparência no processo de recuperação do bairro, bem como na questão das moradias populares em construção pela CDHU.
Nota
O Governo de São Paulo divulgou uma nota em que diz realizar uma série de ações, incluindo estudos de geologia do solo e dos riscos na Vila Sahy.
De acordo com a nota, o objetivo é oferecer maior segurança às famílias que vivem no local. “Novas reuniões serão realizadas à medida que novas ações sejam realizadas no local. O Governo de SP segue presente e garante o atendimento habitacional a todas as famílias afetadas”.
A nota do governo informou que também está em fase final a construção de 704 unidades em Maresias e na Baleia Verde, que devem ser entregues até o fim do mês, além de outras 286 unidades habitacionais que estão em fase de licitação para serem construídas no bairro Topolândia.