Ex-Testemunhas de Jeová farão protesto em SP contra chegada de líder mundial da Igreja ao Brasil

2

Uma manifestação está sendo organizada para acontecer neste sábado (15/2), em SP, em protesto à chegada ao Brasil do líder norte americano das Testemunhas de Jeová, Robert Ciranko. O religioso estará no País, para uma série de compromissos institucionais, incluindo a discussão sobre a queda do número de fiéis nos estados brasileiros desde 2020. Ex-membros da doutrina estarão à frente do ato, marcado para ter início às 8h, em Cesário Lange, cidade-sede da religião Betel no País. A manifestação se dará em repúdio aos casos de pedofilia entre lideranças da denominação, a discriminação a ex-membros e o posicionamento contrário da congregação quanto à transfusão de sangue em adeptos.

Cerca de 50 dissidentes que perderam o contato com familiares ainda fiéis aos conceitos do Testemunhas de Jeová estarão no ato. O grupo busca, não de hoje, revogar dentro da Igreja a proibição de se conviver com ex-membros e praticantes da religião, sejam estes parentes ou amigos. Os protestos a Ciranko também visam derrubar a exigência de haver, no mínimo, duas testemunhas para que casos de pedofilia praticados por membros da denominação sejam, somente assim, julgados pela Igreja. A medida, segundo os ex-fiéis, tem deixado um sem-número de estupradores e de pedófilos impunes.

Marcado para ter início às 8h, com concentração na praça “Padre Adolfo Testa”, popularmente conhecida como praça da Matriz, o ato está sendo organizado e será conduzido, no sábado, por Yann Rodrigues, ex-Testemunha de Jeová. O profissional liberal foi expulso da própria casa, aos 15 anos, quando se desvinculou da religião. Desde 2024, lidera o Movimento de Ajuda às Vítimas das Testemunhas de Jeová (MAV-TJ), voltado para quem se sente lesado pela Igreja, por sua pregação, suas doutrinas e seus membros:

“Muitas Testemunhas de Jeová dizem que não orientam ninguém a perder laços familiares, já que a escolha em seguir ou não a religião é assunto pessoal. Só que, na prática, não é isso o que acontece. O próprio líder da doutrina (Robert Ciranko) reforça a ideia de que fiéis devem recusar contato com ex-membros; que não devem se sentar na mesma mesa – isso tudo ‘em nome de Jeová’. Ora, está clara a segregação, a discriminação. Aliás, há orientações neste sentido em sites e revistas oficiais da doutrina”.

Segundo Rodrigues, apenas a revogação total desta orientação, inclusive nos canais oficiais e nas publicações da denominação religiosa, vai permitir que pessoas, hoje, afastadas dos familiares que ainda seguem o Testemunhas de Jeová, retomem o convívio doméstico e restabeleçam laços afetivos rompidos:

“Há famílias divididas, fragmentadas por esta ideia, tão ultrapassada e separatista. E isso acontece em várias partes do Brasil e em diferentes camadas sociais. Para se ter ideia da complexidade do assunto, há quem tenha de registar Boletim de Ocorrência (B.O.) para documentar e justificar perante às autoridades o abandono por parte de pais ou dos filhos – justamente, em razão do não convívio determinado pela Betel. Para as Testemunhas de Jeová, só podemos ‘voltar para casa’ e sermos ‘dignos de perdão’, caso frequentemos de novo a Igreja. É quase uma ditadura; uma imposição em pleno 2024”, lamenta.

A rejeição faz com que ex-membros da congregação procurem reparação na Justiça e apoio psicológico. O isolamento provocado por algumas famílias faz com que ex-Testemunhas de Jeová passem a desenvolver ansiedade, pânico, pavor e medo – cenário que piora, de forma substancial, em datas festivas, como o Natal, e em encontros familiares, só para citar algumas ocasiões:

“Trata-se de uma dor irreparável. Desejamos que Ciranko se solidarize com nossa dor e revogue esta medida que afeta a saúde mental de todos nós. Somos vítimas deste sistema doentio e retrógrado”, acrescenta Rodrigues.

Transfusão de sangue

Os dissidentes da Testemunhas de Jeová também querem derrubar o que a denominação chama de “Doutrina de Sangue” – medida que impede que fiéis praticantes recebam transfusão, mesmo em caso de risco de vida.

De acordo com Rodrigues, há testemunhos terríveis quanto à prática, que já teria vitimado 80 mil crentes apenas no Brasil. O número considera, inclusive, crianças.

“Isso é doutrina extremista de morte. Repudiamos isso”.

Compartilhe nas Redes Sociais

slot server malaysia slot server thailand slot server kamboja slot server vietnam slot server luar SLOT SERVER KAMBOJA SLOT SERVER VIETNAM SLOT SERVER THAILAND slot server kamboja slot server luar nuke gaming slot slot server vietnam slot server thailand slot server kamboja mahjong ways 2 slot server belanda slot server jepang slot server china nuke gaming slot slot server china slot server spain slot server singapore mahjong ways 2 slot server luar slot server vietnam