Com novo aumento dos combustíveis, motoristas do litoral têm de fazer malabarismos para adaptar orçamento

Marcello Veríssimo

O aumento dos combustíveis anunciado pela Petrobrás, no último dia 17, já está refletido nas bombas dos postos – e no bolso do motorista – nos quatro municípios do Litoral Norte. Os novos valores entraram em vigor neste sábado (18).

A reportagem do JDL percorreu postos de combustível das regiões centrais de Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião, comprovou a alta nos preços e a insatisfação dos motoristas. De acordo com a Petrobras, o litro da gasolina passou de R$3,86 para R$4,06, um aumento de 5,18%. O diesel subiu de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro, alta de 14,26%. O valor do GLP não sofreu reajuste, o diesel ficou 39 dias sem aumento e a gasolina 99 dias.

Para o empresário da construção civil Raphael Marcelo, 32 anos, que mora em Caraguatatuba o novo reajuste é absurdo. “O governo do estado está acabando com a nossa vida, o presidente já disse que não aumentaria os impostos agora o Estado está nos afundando”, diz ele, se referindo ao fato que o valor cobrado para os consumidores, ou seja, o preço das bombas, depende dos impostos e da margem de lucro das distribuidoras.

O motorista de aplicativo, Luis Henrique Souza, disse que o aumento dos combustíveis impacta diretamente no seu trabalho. Ele, que mora em São Paulo, aproveitou o feriado prolongado de Corpus Christi para fazer corridas no Litoral Norte, pois tem planos de mudar para a região. “Aqui o custo de vida é menor do que na capital, mas com a gasolina nas altura temos que calcular a distância das corridas, o valor que o cliente paga e que o app nos paga para ver se compensa fechar”.

A Petrobras disse estar “sensível” ao momento difícil que o Brasil e o mundo atravessam. “Quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado”, explicou a estatal, em nota oficial enviada aos jornalistas.

A Petrobras disse ainda que reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado. “Ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio, ou seja, evita o repasse das variações temporárias que podem ser revertidas no curto prazo”, afirma a Petrobras.

Alta Política

A alta no preço dos combustíveis é considerada um risco para os planos de reeleição de Bolsonaro pelos impactos na popularidade do governo em ano eleitoral. Pela internet, não faltam divergências e pressão no meio político, que escancara outra mazela do país: a polarização política, que, desta vez, em sua maioria de um lado aposta que o novo aumento dos combustíveis pode prejudicar os planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. O cidadão brasileiro comum está no centro dessa disputa eleitoreira. “A cada dia fica mais complicado para o cidadão se locomover tanto para o trabalho quanto para o lazer”, afirma o ex-vereador de Ilhabela, Valdir Veríssimo (PODEMOS). “Essa situação hoje se encontra no mundo todo. É preciso ter coragem e desfazer essa política de preços que a Petrobras vem seguindo”. “Quanto a reeleição do presidente Bolsonaro, não dá pra acreditar em mais nada nesse país, principalmente em pesquisas e algumas mídias intencionistas”.

Peso de Ouro

Encher o tanque do carro ficou R$91 mais caro em um ano. É o que diz uma reportagem publicada pelo UOL. De acordo com levantamento do portal, em 2021, o litro da gasolina valia em média R$5.45. Em janeiro desde ano passou a custar R$6.64, já no mês de maio era possível encontrar por R$8 em alguns estados. “A grana está curta, as despesas tendem a aumentar cada vez mais, estou preocupado”, disse o engenheiro aposentado, José Antônio Prado, que mora em São Sebastião.

Os motoristas ouvidos pelo JDL também disseram que o combustível no Brasil está cotado a peso de ouro. De fato, somente neste ano o preço do óleo diesel, por exemplo, acumula alta de 68% nas refinarias da Petrobras.

O IPVA, que é o índice oficial da inflação, variou 4,7%. Já a gasolina acumula alta de 31% nas refinarias. “Para entendermos a alta no preço da gasolina, diversos pontos precisam ser analisados, tanto na política econômica interna do Brasil, quanto no cenário internacional. Mas, basicamente, o que importa neste momento é que os pobres, o cidadão comum continuam sendo os maiores atingidos de qualquer forma”, disse Danilo Mariano Silva, advogado e motorista de Caraguatatuba.

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