Marcello Veríssimo
São Sebastião perdeu no início desta semana uma de suas moradoras mais célebres de todos os tempos. Georgeta Gonçalves, 72 anos, morreu nesta segunda-feira (27) depois de sofrer complicações após uma cirurgia nos joelhos.
De acordo com especulações e relatos de amigos e moradores da cidade, Georgeta sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) durante o procedimento, que a levou ao coma e, posteriormente, a ter morte cerebral.
Polêmica, Georgeta Gonçalves foi uma das pessoas mais autênticas que já viveram no município. Nunca deixou de se posicionar ou de emitir seus comentários pertinentes aos assuntos mais importantes. Em sua página no Facebook, comentava de forma única os acontecimentos cotidianos da cidade e do mundo.
Professora de formação, lixóloga, especialista em Meio Ambiente, ativista social e escritora de coração, Georgeta sempre foi muito inteligente e antenada com seu tempo. Nasceu em São Paulo e morou no litoral norte desde os anos 80.
Na década de 90, foi uma das responsáveis pela coleta seletiva no município. Porém, seu plano de resíduos sólidos para o município acabou sendo rejeitado pela Câmara Municipal.
Também coordenou o programa de gerenciamento de resíduos sólidos da Riviera de São Lourenço, que se tornou referência nacional no setor. Georgeta deixa um grande legado para o município, ela também foi uma das responsáveis pela criação do Grupo de Desastres Naturais, em 2013.
Livro – Uma de suas últimas realizações em vida, foi o lançamento do livro de crônicas “Um gato no mercado – Crônicas Crocantes”, em maio de 2020.
Georgeta também narrou trechos de sua obra no documentário “A criatura sou eu ontem”, que foi rodado na Praia de Boiçucanga, costa sul de São Sebastião, que está disponível no YouTube. “Escrever não é uma escolha. É uma forma de viver”, ela dizia.