Semana Internacional de Vela impulsiona potencial turístico de Ilhabela na baixa temporada

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Marcello Veríssimo

A 49ª Semana Internacional de Vela é o epicentro da mostra do potencial turístico de Ilhabela. Em pleno período de baixa temporada, o chamado tempo da entressafra entre o outono-inverno e a alta temporada da primavera-verão, a ilha segue cheia de turistas que movimentam sua economia e querem aproveitar o que o arquipélago tem de melhor.

Diferente dos outros municípios da região, Ilhabela conquistou sua excelência em servir bem os visitantes. Sua vocação turística, trabalhada ao longo dos anos, consagrou o arquipélago como um dos principais destinos de praia do país. Privilegiada em sua geografia, Ilhabela e suas belezas naturais encantam aos olhos do visitante que chega, não importa se habitual ou de primeira viagem.

São 40 praias e 38 cachoeiras catalogadas distribuídas em seus 130 quilômetros de costa, além da vantagem de reunir a maioria dos seus atrativos turísticos e do setor de serviços bem próximos uns dos outros, fazendo com que, pelo menos no quesito turismo, praticamente a crise econômica tenha sido superada.

Os números provam. De acordo com o Observatório do Desempenho do Turismo, criado pelo Circuito Litoral Norte, que reúne os quatro municípios do Litoral Norte, além de Bertioga, em maio deste ano, a taxa de ocupação média em Ilhabela foi de 45%, em que os turistas ficam hospedados por aproximadamente 3 dias, por uma diária média de R$190. Os dados são atualizados pelas Secretarias Municipais de Turismo. O painel de monitoração e reputação do Centro de Inteligência da Economia do Turismo mostra que o arquipélago tem aprovação de 87,41% dos turistas que o visitam.

Os meios de hospedagem e a alta qualidade em sua gastronomia são dois fatores preponderantes para o sucesso da ilha, que, com a SVI, que abre as disputas nas regatas de oceano neste fim de semana, elevam a qualidade da experiência turística em Ilhabela. E também não faltam boas e confortáveis opções para todos os gostos e bolsos.

Enquanto os velejadores estão no mar, o agito continua pelas ruas da Vila, no Race Village e no Yacht Club, palco que reúne o público seleto deste tipo de competição. Mas é na Vila, no Centro Histórico e Turístico do município, que a reportagem do JDL encontrou um hostel, que reúne tudo o que a ilha tem para oferecer em um só lugar. Trata-se do Hostel da Vila, que funciona na Rua São Benedito, número 200, bem no “coração” da famosa Rua do Meio.

Por definição, hostels, ou albergues, são um tipo de acomodação que se caracterizam pelos preços menores do que os dos hotéis convencionais e também por proporcionar a socialização dos hóspedes, onde cada hóspede pode locar uma cama ou beliche, num dormitório partilhado, com banheiro, lavanderia e, muitas vezes, cozinha compartilhada.

Em um primeiro momento, aos olhos de quem não conhece a localização do hostel pode não ser tão fácil. Mas esse é outro aspecto que encanta os turistas: Ilhabela é um recanto, cheio de surpresas. É preciso olhar. Chegando na Vila, passe pela rua do meio sentido morro em direção ao fim da rua. Pronto. Placas de sinalização orientam até a recepção e a equipe de staff que está preparada para receber os hóspedes, que, em média, possuem a faixa etária entre 24 e 37 anos. Ricardo Milani, um dos sócios proprietários do Hostel da Vila, que funciona há sete anos, explica que o hostel é democrático. “Recebemos jovens casais, famílias na faixa dos 40 anos, com crianças, gostam muito. Procuramos sempre acolher tudo e todos, de todos os lugares, não compactuamos com racismo e nenhum outro tipo de preconceito”, diz ele.

De fato. Na área da piscina, é possível ver o bar e uma ampla área de interação social em que são realizados eventos abertos ao público. “O bar é aberto, tem música ao vivo, fazemos uma programação especial para os hóspedes e o público de fora”. “Somos um playground de gente grande. Realizamos eventos com muita cultura, exposição de arte e música”.

Entre os eventos, uma sessão de cinema em que o telão é armado a céu aberto para o público. “Depois aumenta o som, tem pizza”, Milani destaca. O bar funciona das 18h às 23 horas com diversas opções de pratos, incluindo vegetarianos e veganos.

Mas o que destaca o Hostel da Vila são os diferentes tipos de acomodações em meio a natureza. Pelo caminho, são 9 mil metros quadrados de extensão, o hóspede pode escolher trabalhar em home office na casa da árvore com internet de frente para uma bela vista, cercada de verde. Ou ainda nos chamados Domos Geodésicos, que são quartos em formato de esferas com cama de casal, ar condicionado e banheiro com partes do teto transparentes que permitem uma vista única do céu da Ilha e do Canal de São Sebastião.

A plataforma Hosteworld classificou o hostel de Ilhabela como um “a ten of ten hostel”, ou seja, um hostel 10 de 10, em tradução livre, em alusão à nota máxima alcançada pelo empreendimento nas avaliações da plataforma.

No hostel os hóspedes podem se hospedar ainda em casas na árvore e teepees, tudo cercado de uma quase intocada Mata Atlântica. “São 6 teepess, cabem duas pessoas por quarto, cada um tem seu banheiro, então são seis banheiros privativos, mas eles ficam fora do quarto”.

O projeto surgiu da ideia do turismólogo Felipe Gamba, que rodou o mundo por dois anos. “Quando ele voltou, veio para Ilhabela aprender a velejar e decidiu abrir o hostel. O Felipe em turismo é um dos melhores do Brasil”, conta Ricardo. “Nós vendemos uma experiência em turismo, em todos os detalhes”, ele completa.

Os hóspedes ainda convivem com os animais, como saguis e esquilos. Para saber mais sobre o hostel, consultar tarifas e reservas siga o Instagram @hosteldavilailhabela ou consulte pelo telefone (12) 3896-2096.

Hóspedes

O casal de paulistanos Maicon Douglas e Rael Oliveira, ambos com 30 anos, veio comemorar três anos de namoro. “O hostel é bem aconchegante, gostamos bastante, a cidade também é muito boa, pretendemos voltar”, dizem eles,que se hospedaram pela primeira vez na ilha e já pretendem voltar ao arquipélago.

A família Larissa Francisco e Caio Medeiros, também da capital paulista, trouxe o filho Téo, de 3 anos, para aproveitar a natureza. “Ele queria acampar e começamos a pesquisar alguns lugares, escolhemos certo. Aqui tem toda a infraestrutura e, ao mesmo tempo, parece que estamos acampando, ele gostou muito”.

Já o casal de analistas Amanda Sampaio e Alexandre Vieira, de São Paulo,veio trabalhar e aproveitar os dias em Ilhabela. Ela, que adora fazer trilhas e estar em contato com a natureza, trouxe ele que é mais urbano e adora asfalto, concreto. “Sou do mato, vim fazer a trilha do Bonete, aqui é maravilhoso”, diz Amanda, que é analista de RH e falou à reportagem do JDL enquanto trabalhava com Alexandre, que é analista de sistemas conectados aos notebooks olhando para a vista de Ilhabela.

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