A Associação Comercial de Ubatuba divulgou no final da tarde desta sexta-feira (26) uma nota de alerta sobre o descontrole da população em situação de vulnerabilidade social, que perambula pelas ruas do município. De acordo com a entidade, os empresários e comerciantes associados têm procurado a ACIU para relatar o “problema que há tempos assola nossa cidade”.
Mas, pelas cidades da região, não somente Ubatuba a população só vê aumentar a quantidade de pessoas vivendo nestas condições. Somente Ilhabela, dadas suas condições geográficas, aparentemente não se percebe muitos moradores de rua. “Os comerciantes não têm sossego, nem em seus comércios ou em suas moradias. Acionam a Polícia Militar e a Guarda Municipal, mas esses órgãos não podem fazer muito, pois é competência da Secretaria de Assistência Social”, disse o presidente da associação Ahmad Khalil Barakat.
No alerta, a associação não cita um ponto mais crítico de concentração dessas pessoas, apenas diz que existem muitos locais espalhados pela cidade. “Somos cidadãos e pagamos nossos impostos. Trabalhamos e deixamos nossas famílias à mercê desta situação ridícula e degradante. Nos sentimos privados do nosso direito de residir e trabalhar com dignidade”, disse um comerciante, que preferiu não se identificar, mas que procurou a Associação Comercial de Ubatuba para relatar sua preocupação. “Já entramos em contato por diversas vezes com a Prefeitura, a PM, a Guarda Municipal e nada foi feito. Já realizamos um abaixo-assinado e também não surtiu efeito”, ele completou.
A nota de alerta da Associação Comercial de Ubatuba diz que a Secretaria de Assistência Social do município informou que realiza frequentemente abordagens com as pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social. “Essas pessoas são convidadas a irem até a Casa de Passagem, onde tomam banho, podem comer e pernoitar. No local, também há um canil para o acolhimento dos animais de estimação”. De acordo com a Assistência Social, durante as abordagens e também na Casa de Passagem as pessoas passam por uma avaliação social e aqueles que desejam voltar para sua cidade de origem recebem o transporte. “Caso o morador seja de Ubatuba mesmo, ele é encaminhado para programas sociais de reinserção no mercado de trabalho e cursos de capacitação”.
O assunto é recorrente. Pelas redes sociais, não faltam depoimentos e mensagens de pessoas relatando a presença de moradores de rua. “As vezes só está com dinheiro contado e não tem de verdade para dar e é xingada”, disse uma cliente, que estava em um comércio de Ubatuba.
Recentemente, a Prefeitura de Caraguatatuba divulgou que foram realizados 1.519 acolhimentos e 5.655 abordagens à população de rua em 2022. De acordo com a prefeitura, os números são referentes a ações executadas pelo Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e às casas de acolhimento Restitui e Casa do Caminho.
A prefeitura informou que os números já são maiores se comparados a 2021 quando foram realizados 1.223 atendimentos e 3.570 abordagens.