Marcello Veríssimo
Dois golfinhos apareceram mortos na praia Martim de Sá, em Caraguatatuba, na semana passada entre a quinta-feira (15) e o último domingo (18). As ocorrências foram divulgadas no final da tarde desta segunda-feira (19) pelo Instituto Argonauta.
De acordo com a assessoria de imprensa, os animais são da espécie Boto-Cinza (Sotalia guianensis). Eles foram recolhidos pela equipe que executa o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), sendo encaminhados para análise e necropsia.
As duas carcaças dos animais foram levadas para a Unidade de Estabilização (UE), em São Sebastião, onde foram realizados os exames necessários para esclarecer as possíveis causas da morte. “O primeiro golfinho, encontrado no dia 15, era um macho juvenil”, disse o Argonauta.
Os técnicos identificaram diversas marcas no animal, o que pode significar que ele tenha sido morto por meio da pesca. “Após as análises clínicas realizadas, os médicos veterinários confirmaram que o animal morreu por afogamento, muito provavelmente ocasionado por interação antrópica”.
Objeto Cortante – Na ocorrência do dia 18, também foram verificados sinais de agressão por objeto cortante, mas só após a necropsia e outras análises será possível afirmar o que causou a morte do animal. De acordo com a assessoria de imprensa, o caso do golfinho morto por afogamento, assim como outros já atendidos pelo Argonauta chamam a atenção para a chamada pesca incidental ou Bycatch, termo em inglês, usado para definir as espécies que são capturadas nas pescarias.
O animal acaba ficando preso na rede e como golfinhos e tartarugas precisam subir à superfície para respirar, eles acabam morrendo afogados. Outra questão ambiental também conhecida é a pesca fantasma ou ghost fishing em inglês, quando equipamentos como redes de pesca, linhas, anzóis, arrasto, entre outros apetrechos utilizados na captura de animais marinhos são abandonados, descartados, perdidos ou esquecidos no mar. “A pesca fantasma ameaça baleias, focas, tartarugas, golfinhos, peixes e crustáceos que acabam morrendo por afogamento, sufocamento, estrangulamento e infecções causadas pela interação com esse tipo de equipamento”, informou o Argonauta.