Alunos do 9º ano da Escola Henrique Botelho debatem políticas públicas na Câmara
Os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, da Escola Municipal Henrique Botelho, localizada na Vila Amélia, centro de São Sebastião, estiveram no plenário da Câmara, nesta sexta-feira (11/11), onde simularam uma sessão e discutiram projetos de políticas públicas, principalmente com viés anti-racismo.
Antes da visita ao prédio do Legislativo, os temas foram discutidos com os alunos em salas de aula e as ideias se transformaram em proposta de Projeto de Lei.
“Eles criaram seus próprios partidos políticos, com o tema transversal do anti-racismo, e vieram para a Câmara para fazer as discussões dos projetos. O objetivo do projeto é que os alunos possam compreender sobre a política institucional e ter a vivência como vereadores da cidade”, explica a professora de História, Lilian Evaristo Venceslau.
De acordo com a professora, a maioria dos alunos não conhecia a Câmara e aguardava ansiosa pela visita, após a reunião em plenário, os projetos deverão ser disponibilizados para os vereadores analisarem.
“Os alunos precisam compreender que a política não é algo inalcançável, que a Câmara é a Casa do Povo e que o político eleito não pode ser endeusado. A nossa sociedade tem discutido a política através de um discurso de ódio e o nosso projeto buscou trazer a política mais propositiva, queríamos que entendessem que não é só votar, eleger e acabou, mas que precisam se engajar também”, conta.
O aluno Derek Costa, de 16 anos, morador do bairro Topolândia, conta que sempre passava em frente à Câmara, mas era a primeira vez que entrava no prédio, após o projeto escolar passou a se interessar mais pelo papel exercido pelo Poder Legislativo.
“Esse projeto fez a gente pensar não somente no agora, mas como queremos que seja o nosso futuro e passei a perceber que a Câmara era o lugar certo para discutir assuntos importantes”, disse.
Costa afirma que debateu com outros alunos sobre a discriminação racial sob vários pontos de vista, como mobilidade, geração de empregos, entre outros.
“Durante as discussões sobre o tema, eu pensei na criação de bolsas (cotas) não somente para os estudos, mas também para geração de empregos. Uma pessoa que estuda em escola pública, onde tem muitas aulas vagas, quando tem seu currículo comparado com outra de melhor ensino tem menos chance de conseguir trabalho. Seria muito legal se pudéssemos debater esses assuntos com alunos de outras escolas também”, explica.