Marcello Veríssimo

Uma “praga” de verão ameaça o descanso de qualquer um de nós durante a alta temporada de sol e mar que está para começar. Trata-se do prurido (coceira) nas roupas de banho que surgem quando pequenos animais, principalmente larvas de água-viva ficam presos embaixo dos tecidos das roupas de banho após os banhos de mar.

O alerta para um possível surto de prurido pelas praias do Litoral Norte de São Paulo foi feito pelo Cebimar (Centro de Biologia Marinha) da Universidade de São Paulo no dia 1º deste mês. De acordo com Vidal Haddad Júnior, da Faculdade de Medicina da USP, em Botucatu, no interior paulista, a existência destes microrganismos causa uma coceira intensa e pápulas (bolinhas avermelhadas na pele) que aparecem por debaixo dos maiôs e sungas, onde as larvas das águas-vivas ficam presas e disparam suas células irritantes, os cnidócitos.

O Cebimar alerta que a existência do prurido não é nova no litoral de São Paulo, mas informa que ainda não existem estudos que possam indicar algum padrão deste tipo de ocorrência. “Há um provável surto da doença acontecendo no Litoral Norte de SP atualmente. Ainda não existe a comprovação direta com observações das larvas, apenas a dedução da causa com base nos sintomas apresentados pelos pacientes”, explica André Carrara Morandini, professor e diretor do Cebimar. “Caso alguém que você conheça tenha estas manifestações, explique que não é grave, mas que é necessário e recomendável procurar auxílio médico para controlar a coceira e a inflamação”, ele orienta.

De acordo com os especialistas, o prurido é um distúrbio dermatológico, caracterizado pela sensação desconfortável de irritação intensa na camada mais superficial do corpo.

Assim como o surto apontado pelo Cebimar, o prurido na pele pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico.

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) informou que soube da existência do surto de prurido pela reportagem do JDL. A assessoria de imprensa da companhia informou que apurava as evidências do caso para poder retornar aos questionamentos da reportagem. Assim que a Cetesb responder o espaço será atualizado.

A reportagem do JDL também ligou para a Faculdade de Medicina da Unesp, em Botucatu, no interior de São Paulo, para saber mais detalhes sobre o artigo do professor Vidal, mas o especialista está afastado, cumprindo o período de isolamento social pela Covid-19.

By srneto

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