Turistas e moradores exercitam boa convivência na fila da balsa

aba73d45-0940-417a-8641-0b16659ce674

Marcello Veríssimo

Feriado de Réveillon e início da alta temporada de verão é a combinação perfeita para um ingrediente que não pode faltar nesta época do ano nas cidades do Litoral Norte: as filas. Sejam elas nos estabelecimentos comerciais ou qualquer outra, a fila já faz parte da rotina dos moradores e turistas.

Nas redes sociais, muitos internautas do litoral reclamam da “invasão” dos turistas nos supermercados, padarias, quiosques de praia e no trânsito. Mas também existem aqueles que trabalham com a fila e querem mais que os turistas permaneçam nela e, enquanto isso, gastem.

Tanto aqueles que reclamam como os que gostam de estar na fila estão reunidos em uma das filas mais famosas do litoral: a da travessia de balsas entre São Sebastião e Ilhabela.

Com polêmicas históricas geradas pelo tempo de espera, graças ao excesso de veículos, neste ano, o turista parece ter vindo preparado para curtir e aproveitar a folga, não importa o seu período de permanência na fila. Durante esta última semana do ano, a reportagem do JDL acompanhou o andamento da travessia de ambos os lados, tanto para quem está entrando ou saindo de Ilhabela, e constatou que o serviço flui conforme a normalidade.

Na última terça-feira (27), sete balsas estavam operando a travessia e, mesmo assim, o tempo de espera para entrar em Ilhabela era de 3 horas.

Para os turistas, essa é a primeira temporada sem restrições sanitárias causadas pela pandemia do coronavírus. “Estamos em Paúba [na costa sul de São Sebastião] e como está chovendo, não dá para ir na praia, viemos passar o dia na ilha. Mas já esperava pela fila, é natural nesta época, para tirar a fila só construindo um viaduto por cima do canal, como a ponte Rio-Niterói”, sugere o empresário Marcelo da Andréa, que é de Limeira, no interior de São Paulo, e veio para o litoral “com o quite completo”, como ele mesmo diz. “Mulher, filhos e as cachorrinhas”, disse ele, bem humorado.

A assistente de qualidade em fábrica, Carina de Oliveira, aguardava para entrar na balsa para Ilhabela do lado de fora do carro “para esticar as pernas”. Ela veio de Santo Antônio de Posse, na região de Campinas, no interior paulista, passar a virada do ano na casa do namorado que mora em Ilhabela e deixou para atravessar na manhã desta quarta-feira (28) para não pegar muita fila, sabendo da intensidade do movimento durante estes dias. “Estamos há 30 minutos na fila. Gosto muito de Ilhabela, morei 13 anos aqui, mas minha família é do interior e agora venho passear”, disse ela que estava acompanhada da mãe e da filha. “A fila está melhor do que a estrada que está cheia, pegamos chuva e dois acidentes”.

A ambulante conhecida como Rosa da Balsa, mesmo com a chuva que caía durante a manhã desta quarta-feira disse que não teve do que reclamar. O movimento foi bom no Natal e ela espera que entre a manhã desta quinta-feira e sábado, o último dia do ano, aumente ainda mais. “As vendas estão boas, mas ainda pode melhorar, estamos na expectativa de conseguir um lucro extra”, disse ela, que vende água, doces e salgados na área de embarque da travessia.

Compartilhe nas Redes Sociais

Outras Notícias