Observatório do Crack mostra que epidemia da droga está em 91, 6% das cidades paulistas; LN dispõe de caminhos de recuperação

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Marcello Veríssimo

O crack é uma epidemia, uma realidade na maioria das cidades brasileiras, que parece não ter cura. Enquanto o consumo segue desenfreado na maioria das cidades brasileiras, uma das armas mais eficazes para combatê-lo é a informação que vira fumaça enquanto os cachimbos são acesos.

O Observatório do Crack, plataforma mantida pela Confederação Nacional dos Municípios, divulgou na semana passada dados que revelam que metade das cidades da Região Metropolitana Vale do Paraíba, incluindo os municípios do Litoral Norte, não tem informações consistentes sobre o consumo da droga e o trabalho realizado para combater a dependência química causada pela pedra.

De acordo com o observatório, a droga está em 85% das cidades brasileiras e em 91,6% dos municípios paulistas. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios, Paulo Ziulkoski, disse que para enfrentar o uso do crack e de outras drogas são necessárias ações de prevenção, promoção e recuperação na saúde dos usuários. “Assim como a repressão à circulação das drogas”, disse ele.

O levantamento analisou que as áreas mais afetadas pela droga nas cidades são a saúde, assistência social, educação e a segurança.

O governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), nos primeiros dias de mandato, logo que assumiu adotou uma série de medidas para enfrentar o consumo crescente de crack na capital e no estado.

O plano de enfrentamento do governo Tarcísio, na verdade, trata-se de um protocolo de intenções e requer uma série de medidas legais e até de logística para colocá-lo em prática. De acordo com a repercussão do anúncio na imprensa, o plano de enfrentamento foi discutido pelo governo de São Paulo, prefeitura, Tribunal de Justiça e Ministério Público.

Um dos pontos que causou mal estar durante as negociações entre as instituições foi a realização da internação compulsória.

Dos municípios que estão na Região Metropolitana do Vale do Paraíba, incluindo as quatro cidades do Litoral Norte, aproximadamente 80% possui risco alto para o crack.

Litoral Norte – No Litoral Norte, os serviços públicos de auxílio a dependência química são realizados nos Caps Ad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas). As unidades oferecem serviços especializados para pacientes que sofrem com distúrbios decorrentes do abuso de substâncias psicoativas. O atendimento é aberto e comunitário, realizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Caps Ad atua nas quatro cidades da região, que também conta com clínicas de reabilitação e comunidades terapêuticas.

A região também conta com salas de recuperação de 12 passos, um método eficaz para a recuperação da dependência química com reuniões diárias.

A ABNA (Associação Brasileira de Narcóticos Anônimos) mapeou as drogas que eram utilizadas com regularidade pelas pessoas que chegam às salas buscando ajuda. De acordo com a pesquisa, tão devastador quanto o crack o álcool afetou a vida de 23% dos entrevistados, a cocaína com 22%, maconha com 17%, e o crack com 11%.

Alucinógenos, tranquilizantes e inalantes registraram 5% de respostas, assim como estimulantes e medicação prescrita 4%. Os chamados barbitúricos 1%.

Para saber mais, acesse www.na.org.br

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