Marcello Veríssimo
Um importante reconhecimento internacional para São Sebastião. A Estação Ecológica Tupinambás e o Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, receberam, no último domingo (5), o prêmio Blue Park nível ouro pela excepcional conservação da vida marinha. A premiação aconteceu em Vancouver, no Canadá, durante o 5º Congresso Internacional de Áreas Marinhas Protegidas (IMPAC5).
O presidente do Marine Conservation Institute, Lance Morgan, fez a entrega do prêmio para a chefe das AMP (Áreas Marinhas Protegidas), Kellen Luciana Leite. As áreas marinhas protegidas abrangem as cidades de São Sebastião e Ubatuba.
Para conquistar a premiação, representantes que fazem parte do Conselho Internacional de Especialistas em Conservação Marinha, Blue Parks Science Council, constataram que as áreas da Estação Ecológica Tupinambás e Refúgio de Vida Silvestre de Alcatrazes atenderam todos os critérios do prêmio.
Agora, Alcatrazes se junta a uma crescente rede de 27 Blue Parks premiados em todo oceano global, que atenderam aos mais altos padrões científicos de eficácia de conservação.
O presidente do Marine Conservation Institute, Lance Morgan, disse que as AMPs oferecem proteção a ecossistemas marinhos críticos, revitalizam a saúde dos oceanos e beneficiam os meios de subsistência e o bem-estar das comunidades locais. “Esperamos que outros governos e comunidades vejam esses incríveis Blue Parks como exemplos de forte compromisso e proteção eficaz dos oceanos que eles também poderiam seguir”.
A Estação Ecológica Tupinambás e Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, está localizada entre cinco e 40 km da costa, nos municípios de Ubatuba e São Sebastião e protegem mais de 700 km2 de ambientes recifais de corais rasos tropicais, costões rochosos, espécies insulares endêmicas, ninhais e áreas de águas profundas ao redor do Arquipélago de Alcatrazes.
As ilhas e águas que circundam o Arquipélago dos Alcatrazes são importantes criadouros de muitos elasmobrânquios e aves marinhas, além de ser uma importante área de alimentação de tartarugas marinhas ameaçadas de extinção, aves migratórias e cetáceos. Embora exista desde 1987, o Refúgio Nacional de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes só foi criado em 2016, após décadas de pesquisas cientificas e campanhas públicas para proteger seu ecossistema.
A chefe das AMPs, Kellen Leite, disse que o Refúgio de Alcatrazes é uma das áreas marinhas protegidas mais jovens do Brasil. Ela agradeceu ao prêmio e disse que Alcatrazes ser reconhecida como Blue Park ao lado das principais áreas marinhas do mundo é uma grande honra e motivação para seguir enfrentando os desafios de conservação da biodiversidade e contribuir para a manutenção dos serviços ecossistêmicos marinhos, que são tão essenciais para a qualidade de vida no planeta. “Para a equipe, conselheiros, pesquisadores, voluntários e parceiros que se engajaram na proteção de Alcatrazes, esse reconhecimento valoriza o esforço de cada um e nos mostra que quando sonhamos juntos somos imbatíveis”, disse ela