Marcello Veríssimo

Pequenos e médios comerciantes de São Sebastião, principalmente os vendedores ambulantes que trabalham na rua e nas praias, revelaram ao JDL o desespero pela volta dos turistas ao município mais de duas semanas após o temporal que devastou a costa sul do município durante o Carnaval. O assunto foi destaque na sessão da Câmara Municipal nesta terça-feira (7).

Seja na costa norte, na costa sul ou na região central, a preocupação é uma só: como reverter a crise econômica causada pelo reflexo da tempestade e fazer com que o turista volte a visitar as praias do município que ainda não estão completamente limpas.

A Praia da Baleia, por exemplo, uma das praias mais frequentadas pela elite paulistana, ainda possui restos de galhos, troncos de árvore e resquícios de resíduos em sua faixa de areia, que é bastante utilizada por turistas para fazer caminhadas, corridas e passeios de bicicleta.

Os próprios moradores dizem que já fizeram limpeza ao longo da praia, mas a grande quantidade de sujeira e restos de vegetação na areia exige que uma limpeza mais intensa seja realizada.

Comerciantes da região esperam pela limpeza e reestruturação do turismo. “Se o povo fosse ouvido e pudesse decidir, ninguém teria morrido ou perdido suas casas”, eles dizem.

O medo somado às incertezas do mercado de trabalho e de como pagar as contas faz com que as pessoas tenham receio de falar publicamente e pedir anonimato para dar entrevista. “A temporada foi muito fraca e depois da chuva o movimento caiu mais ainda. Estamos ganhando o básico para poder comer”, disse uma vendedora ambulante na região central.

A reportagem do JDL percorreu nos últimos dias pontos que são considerados “de grande fluxo de turistas” por bairros da cidade e estão vazios. A Rua da Praia, cartão postal do turismo na região central, também sente os reflexos da revoada de clientes.

De fato. O sumiço de turistas é uma realidade nos comércios e hotéis da cidade. A Associação
Comercial e Empresarial de São Sebastião informou que ¼ dos hotéis e pousadas do município ficam na costa sul, a região mais atingida pelas chuvas.

O JDL consultou o observatório do Circuito Litoral Norte, que reúne dados com monitoramento dos indicadores do turismo na região para saber a estimativa média da taxa de ocupação hoteleira mas os números estão desatualizados, somente com dados até dezembro do ano passado quando a ocupação estava em 81% em uma média de 3,6 dias de hospedagem.

O presidente da entidade, Olivo Ramirez Balut, disse que a maioria das pousadas entre Boiçucanga e Boracéia ainda se recupera dos prejuízos causados pelos alagamentos e inundações. “Muitos desses estabelecimentos, além de terem de lidar com prejuízos próprios e dos hóspedes, ficarão impossibilitados de fazer reservas por semanas e até meses”.

De acordo com os vereadores do município, a recuperação da cidade pode levar de seis meses até um ano.

By srneto

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