Marcello Veríssimo

O Instituto Argonauta informou no final da tarde desta quarta-feira (19) que nos últimos cinco anos 98% das toninhas encontradas encalhadas nas praias do Litoral Norte estavam mortas. De acordo com o instituto, as toninhas (Pontoporia blainvillei) é a menor espécie de golfinho brasileira e é considerada a mais ameaçada da América do Sul.

Os dados estão inseridos dentro do PMP-BS (Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos), no trecho 10, que compreende a extensão entre São Sebastião e Ubatuba.

O oceanógrafo, Hugo Gallo, presidente do Instituto Argonauta, disse que de 2017 a 2022 foram registradas 330 ocorrências. “A maioria das toninhas 98% encalhou morta”, ele disse.

O balanço do Argonauta mostra que a cidade que registrou o maior número de encalhes nos últimos cinco anos foi Ubatuba com 42,4%. Em seguida, aparece São Sebastião com 28,7%, Ilhabela com 20,3% e Caraguatatuba com 11,3%.

A bióloga Carla Beatriz, coordenadora do PMP-BS no trecho 10, alerta sobre os impactos aos quais a população de toninhas vem sendo submetida. Ela disse que os especialistas tem visto um número considerável de ocorrências letais. “Muitas com uma morte relacionada à captura pela pesca, que é considerada hoje a maior ameaça à essa espécie, seguida pela poluição do ambiente marinho”.

De acordo com a bióloga, apesar de muitas vezes não intencional, essa captura pode levar a espécie a um risco grave de extinção. Carla disse que a situação está longe de ser facilmente resolvida, porque também envolve importantes questões sociais e econômicas.

Somente no primeiro trimestre deste ano, de janeiro a março, o Argonauta já contabilizou em sua base de dados um total de 26 atendimentos a ocorrências envolvendo encalhe de toninhas nas praias de Ubatuba (46%), Caraguatatuba (19%), São Sebastião (19%) e Ilhabela (15,4%). Em todos os encalhes, os peixes foram encontrados mortos.

By srneto

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