Marcello Veríssimo

Faltou espaço. O plenário Zino Militão, da Câmara de São Sebastião, ficou lotado na noite desta segunda-feira (22) durante o Seminário “Menos Lixo”, que foi promovido pelo Poder Legislativo em parceria com diversas entidades ambientais da cidade.

De acordo com os organizadores, pelo menos 250 pessoas compareceram ao evento. O objetivo do seminário foi alertar a comunidade para a necessidade de implantar o Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do município, conforme determina a legislação federal do setor.

Tatiana Araújo, da Federação Pró-Costa Atlântica, disse que o seminário é uma oportunidade para todos pensarem juntos em uma cidade mais sustentável e um novo rumo para a gestão dos resíduos sólidos. “Resgatando o protagonismo que São Sebastião já teve, sendo uma das primeiras a adotar a coleta seletiva. Não faz sentido queimar o lixo, sendo que ele pode gerar riqueza e renda para a população”, disse ela.

Os alunos do 2º ano do curso de Meio Ambiente da ETEC (Unidade de São Sebastião), que estavam acompanhados do diretor Douglas Martins, apresentaram o resultado do estudo de gravimetria dos resíduos gerados pela Câmara. Eles disseram que a Câmara pode contar com o apoio da ETEC para a gestão dos resíduos. “Queremos ser parte da mudança”.

Durante a abertura do seminário, Eduardo Melchert, proprietário da pousada Sesmarias, uma das mais tradicionais da região central do município, homenageou a tríade de mulheres, que juntas iniciaram, na década de 90, a coleta seletiva em São Sebastião, Patrícia Blauch, Georgeta Gonçalves e a Nane.

O assessor parlamentar Carlos Oliveira, representando a deputada Marina Helou (Rede), destacou a importância do processo participativo na elaboração do Plano Municipal de Resíduos Sólidos. Ele disse que o plano de resíduos visa o bem estar da população e é um instrumento de gestão que deve refletir os interesses coletivos.

O presidente da Cooperativa de Sucata de São Sebastião (Coopersuss), João Igor Alves Ribeiro, disse que os desafios enfrentados pelos cooperados são inúmeros nesses 24 anos de história. “Nós trabalhamos com amor, convidamos todos para conhecer o trabalho”, disse João.

O pesquisador do Instituto Polis, Victor Argentino, afirmou que a compostagem interfere positivamente no clima, diminui custos para o município e gera novos empregos. “36% das emissões de gás do efeito estufa de São Sebastião vem do manejo de resíduos”.

Autoridades

O seminário reuniu diferentes autoridades no assunto. A representante do movimento Composta Boiçucanga, Julia Lima Krahenbuhl, disse que o projeto vem sendo desenvolvido por 56 famílias no bairro e já realizou a compostagem de 9 toneladas de resíduos orgânicos”.

O professor Marcos José Teixeira explicou sobre a experiência transformadora da compostagem na Escola Estadual Josepha de Sant´anna Neves, no bairro da Topolândia, região central do município. Ele disse que na escola foi criada uma horta orgânica que contribui na alimentação dos alunos.

Uma das participações mais aguardadas foi a do deputado do Estado de Santa Catarina, Marcos José de Abreu (PSOL), conhecido por Marquito, falou sobre a experiência de Florianópolis, da revolução dos “baldinhos” até a criação da Lei da Compostagem, que transformou a cidade referência nacional.“A compostagem é uma atividade de baixo impacto ambiental e é importantíssima. Faz sentido transportar uma casca de banana por mais de cem quilômetros para ser enterrada e transformada em nada? O aterro sanitário é um produtor de gás de efeito estufa, o maior custo que tem é com tecnologia para tratar o chorume e, após o fechamento, nada mais pode ser construído no local, devido ao risco de explosão”.

O evento contou com a participação de representantes de diversas entidades sociais e associações de bairros, entre eles, o Coletivo Caiçara, Projeto Garoçá, Porto de São Sebastião, Capitania dos Portos, Companhia Docas, Associação Comunitária da Costa Sul, Sociedade Amigos de Barequeçaba, Associação de moradores da Vila Sahy (Amovila), Cigarras Viva, Instituto Terra e Mar, Comunidade Negra Iadalin, OAB – São Sebastião.

Apoiaram e ajudaram a organizar o evento, a sociedade civil, representada pela Etec – Unidade de São Sebastião, Federação Pró- Costa Atlântica, Coopersuss, Composta Boiçucanga, Lixo Zero – Litoral Norte, Instituto Lixo Zero Brasil, Aliança Resíduo Zero Brasil, Iesa, Flow, Pousada da Sesmaria,Escambau Cultural, Brasileira Gourmet, Sociedade Amigos de Toque Toque (Satoq), Cayu.eco, Agência Click Code.

By srneto

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