Marcello Veríssimo
O flagrante de pombos em meio a comida dos alunos, feito por uma mãe na escola estadual Alcides de Castro Galvão, no bairro Ipiranga, região central de Caraguatatuba, assustou a todos e trouxe preocupação para os pais, que tem os filhos matriculados na unidade de ensino, nesta sexta-feira (16). As imagens viralizaram rapidamente nas redes sociais.
O JDL tentou, durante toda a manhã desta sexta-feira, falar com a direção da escola, mas não obteve resposta. A reportagem apurou que a escola passa por obras e que, talvez, os pombos possam ter vindo da rua. “Caraguatatuba tem muito pombo, pombos são uma praga, igual rato, barata. A pergunta é: se as imagens não fossem divulgadas como saberíamos desse caos, será que foi só desta vez?”, disse uma moradora do município, que viu as imagens, mas pediu para não ser identificada.
E de fato, a moradora tem razão. Popularmente conhecidos como “ratos que voam”, os veterinários dizem que os animais, assim como os ratos, trazem prejuízos à saúde dos seres humanos.
Para reduzir os impactos causados por essas aves, segundo os especialistas, é necessário diminuir ao máximo as condições que favorecem a sua proliferação, como por exemplo, sujeira acumulada.
As doenças mais comuns transmitidas pelos pombos, que são bastante comuns em diversas cidades, são provenientes das suas fezes, como a salmonelose, histoplasmose e criptococose.
No caso da salmonelose, que é provocada pela bactéria salmonella, a pessoa que comeu alimentos com resquícios das fezes dos pombos pode ter diarréia, vômitos, cansaço, calafrios, dores abdominais, entre outros sintomas.
Os veterinários dizem que no caso dos pombos, até limpar as fezes requer cuidados, pois os seres humanos também não podem entrar em contato com eles. “Para evitar o contágio, basta lavar o local com água clorada; jamais varrer ou usar pano seco. Pode-se ainda proteger o nariz com algum pano ou lenço”, disse o veterinário Laerte Carvalho.
Ninguém fala
A reportagem do JDL tentou obter respostas sobre o caso com a Diretoria Estadual de Ensino, em Caraguatatuba. Mas o telefone não atendia desde o início da manhã desta sexta-feira (16), quando atendeu uma funcionária do setor de protocolo disse que os supervisores não estavam na unidade, por volta do meio-dia, pois estavam almoçando.
O JDL também entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Educação solicitando um posicionamento oficial sobre o caso. A Secretaria Estadual da Educação enviou nota à reportagem para esclarecer o caso do flagrante registrado na manhã desta sexta-feira (16) dos pombos em meio a merenda dos alunos. De acordo com a nota, a Diretoria de Ensino de Caraguatatuba esclarece que os alimentos são sobras da refeição servida aos estudantes e que nenhum deles ingeriu o alimento depois do ocorrido.
A nota informou que a gestão escolar fez uma reunião com a equipe de alimentação e nutrição da unidade para alinhar os procedimentos básicos de manipulação e, principalmente, organização ao servir os alimentos e manter o espaço limpo.
Ainda de acordo com a nota, a escola já tem um orçamento para a instalação de telas no refeitório, que será executada na próxima semana. A Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) também tem uma obra pré-aprovada para o fechamento do local onde os estudantes fazem as refeições.”A Diretoria de Ensino de Caraguatatuba e a gestão da unidade escolar estão à disposição da comunidade escolar para mais esclarecimentos”, diz o comunicado.
