Marcello Veríssimo
O Instituto Argonauta informou na noite desta terça-feira (27) que conseguiu libertar uma baleia-jubarte que ficou presa em um petrecho utilizado em pesca de espinhel em Ilhabela. A ação contou com o apoio de uma embarcação
Pontoporia da Terramare, e o acionamento foi feito pelas equipes da embarcação Megafauna e do VIVA Instituto Verde Azul, que avistou a baleia pela manhã. Também apoiaram a operação equipes dos projetos Projetos Baleia à Vista, e Mantas de Ilhabela, além de fotógrafos.
O Instituto Argonauta informou que a baleia emalhada tinha aproximadamente nove metros.
Ela arrastava um cabo de nylon com poita (peso para manter o petrecho no fundo), preso a sua cauda. De acordo com os especialistas, o cabo tinha cerca de 80 metros, e espessura de 8 a 10mm. “Esse é um tipo de petrecho utilizado em pesca de espinhel – formado pela linha principal, linhas secundárias (alças) e anzóis”.
A equipe do Argonauta com os biólogos Marcelo Rezende e Vinicius Damasceno, durante a operação seguiu todo o protocolo exigido para a operação, conseguiu cortar o cabo e soltar a baleia.
De acordo com o Instituto Argonauta, o chamado desemalhe de uma baleia é uma atividade arriscada que precisa ser feita seguindo protocolos específicos, que são regulamentados no Brasil pelo CMA-ICMBIO, além de uma equipe
técnica capacitada e treinada para evitar ao máximo o risco a vida da equipe de salvamento e do animal.
A capacitação e o uso de equipamentos corretos de forma adequada para este tipo de atividade é muito importante para o sucesso da operação.
O biólogo do Instituto Argonauta, Manuel da Cruz Albaladejo, disse que quando as pessoas tentam com a melhor das intenções fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco. “E comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”.
Sorte – Na última segunda-feira (26), um golfinho não teve a mesma sorte e foi encontrado morto na praia de Ponta das Canas, por volta das 14h, por turistas que estavam no local.
Informações dão conta de que o animal aparentava estar com ferimentos semelhantes aos de pesca, exalando um forte odor.