Marcello Veríssimo
O Instituto Argonauta, em Ubatuba, já registrou a passagem de 107 pinguins de Magalhães até o dia 20 de julho. A temporada de avistamento de pinguins começou no mês de junho, o ápice acontece entre os meses de julho e agosto. A temporada termina no mês de outubro.
O maior número de ocorrências envolvendo os pinguins vivos ou mortos aconteceu em 2020 com 618 registros. Em 2022 foram 166 e um ano antes 103.
Anualmente, os pinguins saem das águas geladas na patagônia argentina e migram para o sudeste brasileiro, principalmente em busca de comida. De acordo com os especialistas, alguns animais se perdem do grupo que acompanha
por isso sempre aparecem nas praias da região pelas quatro cidades.
Durante a sua jornada migratória, os pinguins-de-magalhães enfrentam diversos desafios, e por esse motivo, muitos chegam a região já bastante debilitados ou até mesmo mortos.
Do total de pinguins atendidos pelo Instituto Argonauta pelo Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), aproximadamente 20% chegaram vivos. “Nos últimos anos eles têm chegado muito debilitados, com muitos parasitas e acabam morrendo rapidamente, na maioria das vezes antes mesmo do atendimento veterinário”, explica a bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no trecho 10 do Instituto Argonauta.
Os pinguins-de-magalhães são aves marinhas com o corpo adaptado para viver na água, mas não voam, e têm suas asas modificadas em nadadeiras. Eles se alimentam principalmente de peixes, cefalópodes (como polvos e lulas), e pequenos crustáceos, (como krill).
De acordo com os especialistas, são predadores habilidosos na água, usam suas nadadeiras e bicos para capturar suas presas. Ao contrário do que muitos imaginam, essa espécie de pinguim não é polar e não está adaptada a baixas temperaturas.
O oceanógrafo Hugo Gallo, que é presidente
do Instituto Argonauta, disse que os pinguins permanecem na água durante a época não reprodutiva. “Vemos pinguins na região há muitos anos, a ocorrência desses animais na região é normal, o problema é quando não estão bem, e procuram sair da água para descansar e se aquecer”, disse Gallo. “Como são encontrados muitas vezes fracos e debilitados necessitando de cuidados, aqui na região, eles são resgatados e encaminhados para o Centro de Reabilitação e Despetrolização de Ubatuba, para que depois de reabilitados sejam devolvidos à natureza”, explicou.