Marcello Veríssimo

A divulgação que Caraguatatuba apareceu entre as três cidades mais inteligentes do país, na categoria Governança do ranking Connected Smart Cities, que é uma plataforma que envolve empresas, entidades e governos despertou a desconfiança de moradores e turistas que frequentam a cidade. O objetivo do ranking é encontrar um DNA de inovação para as cidades mais inteligentes e conectadas umas com as outras.

A maior cidade do Litoral Norte aparece atrás de Niterói, no Rio de Janeiro, que teve nota 8.448 e de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, que teve 8.424. A nota de Caraguá foi 8.380.

O recorte Governança é composto por 12 indicadores em áreas como urbanismo, meio ambiente, educação e segurança. A nota máxima neste recorte é de 11,5 pontos, que também avalia indicadores como transparência na gestão do município, participação social e desenvolvimento.

O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Júnior, disse que o ranking é muito importante. “Pois mostra que temos aplicado recursos na modernização de serviços e na aplicação de novas tecnologias. Nosso objetivo é cada vez mais avançar nos itens avaliados e proporcionar ao cidadão uma cidade inteligente e segura”.

Mas é justamente na segurança, que não teve os dados divulgados, que está um dos maiores problemas de Caraguatatuba. “A cidade cresceu muito e de forma desordenada, temos muitos furtos de celular, a gente anda inseguro como em um grande centro. Entra governo, sai governo e não vemos esperança. Será este o preço do desenvolvimento?”, disse Lucas Brito, que tem casa de praia na região central.

Outros indicadores que a cidade aparece entre as
100 cidades do país estão em meio ambiente em 25° lugar com a nota de 5,090 e Saúde, no 81° lugar com nota de 4,370.

No quesito meio ambiente, o ranking prioriza
indicadores de infraestrutura e acesso a serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto, além de recuperação de resíduos sólidos.

Já no eixo Saúde, outra questão bastante importante que a cidade tem que subir posições,
estão atrelados a oferta de leitos, profissionais qualificados, cobertura de atendimento, investimentos públicos no setor e mortalidade infantil. “Eu graças a Deus não preciso ir ao hospital público com tanta frequência, fui bem atendido, mas precisa ter mais médicos”, criticou uma moradora do bairro Pontal Santa Marina, que pediu para não ter seu nome revelado.

O recorte saúde também leva em conta a infraestrutura de saneamento básico, uma vez que a ausência de acesso à água potável e a coleta de esgoto pode indiretamente acarretar problemas de saúde na população, conforme conceito de conectividade entre os eixos que compõem o estudo.

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