Marcello Veríssimo
A certeza de ter feito um excelente caminho em mais de sete décadas de vida. Essa é a impressão que se tem ao conversar com dona Mieko Ukeseki, 77, que é a personagem principal do livro “O Fio Vermelho de Mieko”, que remonta parte da trajetória de vida e carreira da ceramista.
O livro, concebido por Isabel Galvanese com a colaboração de Paulo Otero, foi lançado nesta sexta-feira (8), na Casa da Cultura, na Rua da Praia, região central de São Sebastião.
O evento reuniu uma série de pessoas da cidade e admiradores do trabalho da artista, que é reconhecida e conceituada internacionalmente. Do alto de sua experiência e sabedoria de vida, dona Mieko exala tranquilidade no trato com as pessoas a sua volta e é bastante querida. Ela disse à reportagem que essa não é a primeira vez que tem contato com o Litoral Norte e a arte produzida na região. “Eu moro em Cunha há 50 anos e conheci o Litoral Norte pela primeira vez na década de 80”, disse ela. “Foi através do artista plástico Antônio Carelli, que é um pintor e artista muito respeitado, nós fizemos amizade e começamos a fazer um intercâmbio entre os artistas”, relembra Mieko, que faz aniversário neste sábado (9).
E de lá para cá tudo é história e o fio vermelho de Mieko uniu histórias, trabalho e corações em nome da arte e da arte em cerâmica. “Começamos a fazer eventos, exposições, workshops de cerâmica e ter contato com o litoral tanto em Ubatuba quanto em Caraguatatuba e agora estou vindo para São Sebastião”, ela disse.
O trabalho da ceramista Mieko Ukeseki, radicada em Cunha (SP) , é sucesso de público e crítica. O conceito de equilíbrio está presente, inclusive com estruturas interativas, em que o observador da arte se torna participante. “Minha vida e a arte estão entrelaçadas. Eu gosto do que faço e estou contente por nestes 48 anos ter realizado muita coisa em benefício da arte no Brasil”.