Marcello Veríssimo
Nesta quarta-feira (13) foi celebrado o Dia da Cachaça no Brasil, uma bebida que é a cara do brasileiro. O Brasil possui mais de 930 estabelecimentos produtores do destilado que carrega o material genético do país.
A cachaça é histórica. Bebida criada por senhores de engenho para compensar os baixos níveis de açúcar no sangue, segundo os especialistas, foi capaz até de incomodar a Corte Portuguesa, que era dona do monopólio de vinhos e aguardente no Brasil.
A corte decidiu proibir a produção e a venda da cachaça em 13 de setembro de 1649. De lá para cá, a história conta que a proibição causou revolta dos produtores que eram perseguidos e tinham que pagar impostos.
Também no dia 13 de setembro, mas de 1661, eles tomaram o poder no Rio de Janeiro durante cinco meses, ocasionando o episódio conhecido por Revolta da Cachaça. “O episódio foi tão marcante que desde 2010, no Brasil, no dia 13 de setembro é comemorado o Dia Nacional da Cachaça”, explica Rafael Câmara, que trabalha como bartender.
As cidades da região estão na rota dos produtores de cachaça. Entre os produtores em atuação, apenas dois produzem cachaça em Ilhabela, trata-se da cachaça da Toca e a Tropicália, que é feita em Paraibuna.
Entre as décadas de 60 e 70, o Litoral Norte foi uma região produtora da bebida. Entre os destaques estão a cachaça “Sítio Velho” de Caraguatatuba, “Ubatubana” , de Ubatuba, e “Amansa Sogra”, em Ilhabela.
Ilhabela
O arquipélago de Ilhabela foi um dos maiores produtores de cachaça artesanal no início do século XX. De acordo com a prefeitura, a cidade possui 13 engenhos nos bairros Engenho D´Água, Ponta das Canas, Favorita, Marafa, Bexiga, Cocaia, Tangará e Engenho Novo.
As cachaças eram produzidas em engenhos com rodas d’água e transportadas em pipas para Santos. De acordo com os especialistas, naquela época, também era comum os pescadores trocarem farinha de mandioca produzida no continente por litros de cachaça.
A Prefeitura de Ilhabela informou que tem a intenção de abrir o Museu da Cachaça no arquipélago. O museu ainda depende da autorização do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para ser oficialmente instalado na sede da Fazenda Engenho D’Água, onde foi produzida uma das cachaças mais saborosas de Ilhabela.