“Taxa ar-condicionado” é nova prática polêmica no transporte por aplicativos 

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Marcello Veríssimo

Uma nova polêmica em torno do transporte por aplicativos acaba de ganhar força com a chegada dos dias de calor. Além dos incontáveis cancelamentos por parte dos motoristas, extorsão contra os passageiros pedindo preços acima do oferecido pelas plataformas, os passageiros agora terão mais um custo adicional nas viagens.

É que agora alguns motoristas encontraram uma nova forma de lucrar cobrando a “taxa ar-condicionado”, ou seja, um valor extra para ligar o ar-condicionado durante o trajeto de cada passageiro, que opta pelo conforto nos dias mais quentes.

O pagamento é feito por Pix. Na capital paulista, o custo adicional pelo ar gelado varia entre R$ 1 a R$ 5.

O assunto repercutiu nas redes sociais e divide opiniões. De um lado os passageiros defendem que tem o direito de viajar em um carro climatizado sem custo extra. Do outro, os motoristas dizem que o ar condicionado aumenta o custo com o combustível.

Eduardo Lima, presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp), disse que no final do dia, a diferença entre usar ou não o ar-condicionado pode representar de R$ 15 a R$ 20 a menos no bolso do motorista. “Embora possa parecer pouco, é importante lembrar que esse valor se multiplica pelo número de dias trabalhados por mês, o que pode resultar na perda de até três tanques de combustível completos”, disse Lima.

O presidente da Amasp também disse que as

plataformas de aplicativos repassam uma parcela cada vez menor aos motoristas sobre o valor das corridas. “O que os leva a pedir a colaboração dos passageiros com a cobrança do valor para ligar o ar-condicionado”, defende.

A plataforma InDrive, que incentiva a prática de “combinar o preço com o motorista”, informou que defende a cobrança da taxa pelo ar-condicionado. “Os motoristas precisam compensar o aumento de custos decorrente do uso do ar-condicionado”, informou a empresa.

A 99, outra empresa de transporte por aplicativo, que é bastante utilizada, disse que a utilização ou não do ar condicionado deve ser um acordo entre motorista e passageiro para o conforto de ambos.

A Uber, líder do mercado, não comentou. No Litoral Norte, a taxa de ar condicionado ainda não é cobrada por todos os motoristas.

O motorista Fernando Souza disse que soube da taxa pela reportagem do JDL. “Não tinha conhecimento, mas acho que não faz tanta diferença assim sendo que eu também aproveito e uso o ar”.

O morador de Caraguatatuba, Gilberto Junior, disse que o preço deveria vir incluso na corrida e não ser cobrado a mais. “O motorista que passe calor comigo”, esbraveja.

O ar condicionado afeta o consumo de combustível, mas para a jovem Tatiana Oliveira, que prefere andar de Uber, a cobrança é praticamente ilegal. “Considero absurdo sendo que os preços aqui no litoral já são diferentes de outras cidades como São Paulo”.

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