Suicídio de policiais durante trabalho acende alerta da Polícia Civil para a saúde mental destes trabalhadores

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Marcello Veríssimo

Dois casos recentes de policiais civis que se mataram durante o trabalho fez com que o Sindipesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) se manifestasse publicamente para os cuidados com a saúde mental dos profissionais de segurança.

De acordo com o sindicato, os policiais paulistas estão no limite do esgotamento mental por uma série de fatores, incluindo salários e estrutura para trabalhar.

A delegada Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp, disse que a instituição se solidariza com as famílias que perderam seus entes queridos e com toda a instituição policial. “Os tristes episódios das últimas semanas mostram o quão adoecidos estão os profissionais que atuam na linha de frente contra o crime e para oferecer segurança à população. Tudo isso é preocupante”, disse a delegada.

Os suicídios aconteceram durante a campanha do Setembro Amarelo, mês da prevenção ao suicidio. Um dos casos aconteceu na Delegacia Seccional de Barretos, no interior de São Paulo, quando um delegado se matou na unidade.

Uma semana antes, um escrivão de polícia se matou durante o expediente no 3º Distrito Policial de Diadema, na região metropolitana de São Paulo.

No mês de agosto, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) nomeou um grupo de trabalho para estudar e criar um programa de saúde mental para os policiais.

A presidente do sindicato dos policiais reconhece a importância desta iniciativa, mas segundo ela ainda faltam ações que evitem que mais policiais entrem em depressão. “É preciso que providências sejam implantadas com mais rapidez. Trata-se de um problema de saúde crônico, e que, portanto, exige a adoção de medidas urgentes – tão evidente quanto é a necessidade de se melhorar as condições de trabalho”.

Para a delegada, são situações como condição de trabalho precário, sobrecarga, pouco descanso, escalas exaustivas e baixos salários que levam muitos policiais a buscarem meios adicionais de renda, como os bicos. “Além de ausência de lazer e de convívio com a família, só para citarmos algumas questões”.

Durante a realização do Setembro Amarelo, o
Sindpesp promoveu ações em benefício da saúde mental dos profissionais sindicalizados.

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