No último fim de semana, as equipes do Instituto Argonauta, envolvidas no Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), atenderam a três ocorrências de carcaças de baleias nas praias de São Sebastião. Essas ocorrências somam-se a outras, elevando para seis o número de baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae) encontradas mortas recentemente no Litoral Norte de São Paulo.
Ocorrências Recentes
Nas últimas semanas, foram registradas quatro ocorrências de baleias-jubarte mortas na região, sendo três em São Sebastião, nas praias de Guaecá, Boraceia e Paúba, e uma em Ubatuba, na praia da Picinguaba. As carcaças encontradas estavam em avançado estado de decomposição, o que dificultou a determinação da causa da morte.
Possíveis Causas de Morte
O oceanólogo Hugo Gallo Neto, presidente do Instituto Argonauta, apontou várias possíveis causas para a mortalidade desses animais, incluindo causas naturais, falta de alimento, doenças, interação acidental com a pesca e colisões com embarcações. Ele destacou a complexidade de determinar uma causa específica devido ao estado das carcaças.
Procedimentos de Destinação das Carcaças
Gallo explicou que o Instituto desenvolveu técnicas para acompanhar a decomposição de carcaças no alto mar, mas, quando os animais já estão encalhados na areia, o enterro da carcaça é a opção mais adequada. Esse procedimento, realizado corretamente, é seguro e benéfico, pois as carcaças enterradas retornam nutrientes ao ambiente, contribuindo para a saúde do ecossistema local.
Pesquisa e Colaboração
A bióloga Carla Beatriz Barbosa, coordenadora do PMP-BS no Litoral Norte, afirmou que materiais coletados das carcaças servirão para futuras análises e pesquisas sobre a ocorrência dessas baleias na região. Ela também destacou a colaboração essencial da Prefeitura de São Sebastião para garantir que o processo de enterro das carcaças seja eficiente e seguro, minimizando impactos ambientais e preservando a saúde pública.
Sobre as Baleias-Jubarte
As baleias-jubarte são mamíferos marinhos que podem atingir até 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas. Elas migram anualmente ao longo da costa brasileira, reproduzindo-se e alimentando seus filhotes no nordeste do Brasil durante o outono e inverno, antes de retornar aos mares antárticos no verão. Embora a população de jubartes tenha aumentado recentemente, retirando a espécie da lista de ameaçadas de extinção, a conservação dos oceanos e do habitat é crucial para a manutenção deste status.
Atuação do Instituto Argonauta
Desde 1998, o Instituto Argonauta, em parceria com o Aquário de Ubatuba e outras instituições, realiza ações de sensibilização ambiental sobre o impacto do lixo marinho na vida dos oceanos. Esses esforços visam reduzir a mortalidade de animais marinhos causada pela poluição, promovendo a conservação da vida marinha.