Henrique Martins
Os policiais municipais Rodrigo Salles e Gustavo Capriotti, idealizadores e organizadores do projeto “Defesa Pessoal para Mulheres” de São Sebastião, participaram nesta quarta-feira (22) de uma entrevista ao vivo na rádio Morada FM, no programa Jornal da Morada, conduzida pelo jornalista Gustave Gama. Também esteve presente a advogada Letícia Muniz, que é aluna e voluntária do projeto. Durante a entrevista, os participantes abordaram a história da iniciativa, sua importância e planos futuros para expansão.
Segundo os entrevistados, o projeto está ativo desde 2017 e foi criado paralelamente à implantação da Patrulha Maria da Penha, quando Edgar Celestino assumiu o comando da Guarda Municipal. Edgar Celestino é atualmente vereador e presidente da Câmara, e continua apoiando e incentivando a ação. A Patrulha Maria da Penha, intensificou o acompanhamento de mulheres sob medidas protetivas, por meio de visitas frequentes e suporte constante.
“Na época, o Rodrigo era inspetor da Guarda e juntos criamos o projeto de Defesa Pessoal, inicialmente para mulheres que haviam sofrido violência. Mas a procura foi muito grande, de várias mulheres interessadas”, relatou Gustavo Capriotti durante a conversa.
As aulas são baseadas no Krav Maga, um sistema israelense desenvolvido originalmente para o exército. No entanto, o enfoque das atividades ministradas pelos policiais municipais é especialmente voltado para prevenção, autocontrole e fortalecimento da autoconfiança das participantes, mais do que simplesmente técnicas físicas de combate.
Atualmente, os encontros acontecem todas as segundas-feiras, às 19h30, na Igreja Lagoinha, no centro de São Sebastião. Embora o espaço seja cedido pela igreja, não há nenhum vínculo religioso, e as atividades são abertas a todas as mulheres da comunidade. Não há exigência de uniforme específico nem qualquer custo financeiro; basta comparecer com roupas confortáveis para a prática de exercícios.
Desde sua criação, mais de 200 mulheres já participaram da iniciativa. Atualmente, cerca de 30 alunas participam ativamente das aulas. Além disso, quatro mulheres foram formadas como instrutoras e há planos para ampliar esse número, visando expandir o projeto com novos núcleos pela cidade.
Durante a entrevista, a advogada Letícia Muniz contou sua experiência como aluna e voluntária. Ela afirmou que a participação nas aulas impactou positivamente sua vida pessoal e profissional, especialmente porque atua com vítimas de violência doméstica.
“O curso me orientou sobre como prevenir situações de risco e também me permite transmitir esse conhecimento para minhas clientes e outras mulheres”, declarou Letícia.
Os idealizadores ressaltaram na entrevista que, apesar de não haver relatos de ex-alunas precisando usar fisicamente as técnicas aprendidas, o principal benefício do curso está justamente na prevenção, na segurança emocional e na mudança positiva de postura diante de situações potencialmente perigosas.
O projeto atualmente é conduzido de forma independente e permanece aberto para novas participantes. “Não importa a condição física ou a idade, todas podem aprender e se fortalecer”, destacou Rodrigo Salles durante a conversa.
Para participar, as interessadas devem comparecer às aulas realizadas toda segunda-feira, às 19h30, na Igreja Lagoinha, sem necessidade de inscrição prévia ou pagamento de mensalidade.
A entrevista completa, realizada no Jornal da Morada, está disponível no canal do YouTube “Morada Litoral”: https://www.youtube.com/watch?v=Zo8se-9cNNQ&t=3264s&pp=0gcJCY0JAYcqIYzv.
Créditos: Rádio Morada FM Imagens 1 e 2: Letícia Muniz Imagem 3: Reprodução Youtube