O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de São Sebastião (Sindserv) convocou a categoria para greve geral no próximo dia 11 de junho (quarta-feira). Segundo o Sindserv, a decisão foi aprovada em assembleia e contará com manifestação no mesmo dia, com concentração às 9h, em frente ao Paço Municipal, no Centro. Entre as principais reivindicações estão o reajuste salarial e dos vales, melhores condições de trabalho e de atendimento à população, conforme consta na Pauta de Reivindicações da Campanha Salarial, protocolada no início do ano junto ao Gabinete do prefeito.
O Sindserv afirma que permanece aberto ao diálogo com a Prefeitura e que, caso uma nova proposta seja apresentada pela gestão municipal, ela será debatida em uma assembleia geral extraordinária marcada para o dia 10 de junho (terça-feira), com primeira chamada às 18h e segunda às 19h, na sede central do sindicato. De acordo com a presidente do Sindserv, Angélica Garcia, além da ausência de reajuste salarial, a categoria está indignada com a não efetivação da contraproposta da prefeitura de aumento dos vales, que foi aprovada pela categoria, sendo o vale-alimentação em 100% (de R$ 495 para R$ 990 mensais), e o vale-refeição em 25% (de R$ 40 para R$ 50 diários).
“O prefeito anunciou publicamente o reajuste dos vales, e até agora nada foi implementado. O vale-alimentação, por exemplo, é essencial para os servidores com os menores salários, e esse avanço ajudaria muitas famílias”, ressalta Angélica.
Segundo o sindicato, foram realizadas duas reuniões com a prefeitura — a primeira com a presença do prefeito, no início de maio, e outra posteriormente, com secretários municipais e técnicos de finanças. No entanto, as tratativas não avançaram e a gestão voltou ao “silêncio do início do ano”.
“O servidor não vai esperar calado. É por isso que vamos à greve no dia 11”, afirma a presidente do Sindserv. O sindicato destaca que os servidores públicos municipais dependem da prefeitura para a revisão geral anual dos salários, que, conforme a Lei Municipal nº 146/2011, deveria ser realizada todos os anos, em maio.
“Com tantos anos sem reajuste, hoje há servidores recebendo menos que um salário mínimo federal na Tabela de Referências. Muitos têm que fazer ‘bico’ para complementar a renda”, completa Angélica.
O sindicato afirma que a inflação acumulada até a data-base (1º de maio de 2024 a 30 de abril de 2025) é de 5,53%, segundo o IPCA, mas a reivindicação aprovada em assembleia é de 10% de reajuste, considerando perdas salariais de anos anteriores sem revisão. A proposta tem como base análise das contas públicas do município apresentada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Mobilização e condições de trabalho
Desde o início de abril, a categoria intensificou a Campanha Salarial com diversas ações, como paralisação e passeata em 7 de maio, ocupações na Câmara Municipal, e atos públicos com atrasos e paralisações pontuais em frente à Garagem/Secretaria de Serviços Públicos (Sesep).
A mobilização também cobra melhores condições de trabalho, como mais concursos públicos e estrutura mínima para o desempenho das funções de atendimento à população.
“Muitos servidores estão adoecidos, sobrecarregados e em locais sem estrutura. Temos aposentados na prefeitura que dependem de uma parcela complementar para a aposentadoria chegar a um salário mínimo Federal. A Fundação de Saúde, por exemplo, tem trabalhadores que não recebem os mesmos benefícios dos estatutários. A terceirização segue avançando, tirando estabilidade e direitos. Por isso é urgente reagir e mostrar que exigimos respeito e valorização”, afirma Anailton Pinheiro, diretor do Sindserv.
Procurada, a prefeitura não respondeu aos questionamentos da reportagem em relação às críticas e cobranças do Sindserv, até o fechamento desta matéria. O espaço permanece aberto para atualização.