Caraguatatuba recebeu o 7º Fórum de Aleitamento Materno nesta sexta-feira (15), com o tema “A Base da Sustentabilidade”, e reuniu profissionais de saúde, estudantes e representantes de entidades que, ao longo dos últimos anos, ajudaram a transformar a amamentação em pauta permanente no município.
O evento foi realizado no Auditório Maristela de Oliveira, na sede da Fundacc – Fundação Educacional e Cultural de Caraguatatuba e levantou questões referentes as práticas que sustentam a saúde infantil e as políticas públicas, economia familiar e sustentabilidade, visto que o leite materno é um alimento natural e renovável, que dispensa embalagens, transporte e descarte de resíduos e, portanto, reduz o impacto ambiental.
A programação, que também contou com a presença do Rotary Club de Caraguatatuba – Poiares, reuniu especialistas de diferentes áreas para tratar de um tema que transpassa fronteiras médicas e sociais. Entre os pontos abordados estavam a nutrição e imunologia do leite materno, a construção do vínculo entre mãe e bebê, o impacto no desenvolvimento cognitivo, a prevenção de doenças e o papel estratégico da amamentação na redução de gastos em saúde.
Quatro palestrantes foram convidadas a conduzir a parte técnica do encontro. A pediatra e neonatologista, Dra. Elisa Vieira, enfermeira Janaína Guarizi, fonoaudióloga Paula Hiromi e a psicóloga Jaquelina Teixeira.
Histórico e fortalecimento do Banco de Leite em Caraguatatuba
O evento serviu para rememorar a trajetória do Banco de Leite Humano no município. De acordo com a secretária adjunta de Saúde, Luciana Fadel, as primeiras ações surgiram em meados de 2012, com a coleta domiciliar de leite para recém-nascidos. Em 2015, após articulação entre o Rotary Club – Poiares e o Governo Municipal, foi inaugurada a unidade com estrutura para pasteurização e armazenamento.
Desde então, o serviço atende às várias necessidades de mães e gestantes, com garantia de alimentação para bebês prematuros e ações educativas. “É um trabalho que depende da colaboração de doadoras, profissionais e de uma rede de apoio que vá além do sistema de saúde”, afirmou a secretária adjunta Luciana Fadel.
O papel da saúde pública e políticas necessárias
Ao longo do fórum, foi consenso entre os especialistas que o aleitamento materno exige políticas públicas mais robustas. Discutiu-se sobre a licença-maternidade, a criação de salas de amamentação em locais de trabalho e estudo e a fiscalização da propaganda de substitutos do leite materno.
Durante a abertura do evento, o secretário de Saúde, Raphael Ghetti, reforçou os benefícios da amamentação e a necessidade de tratá-la com abordagem técnica, clínica e multidisciplinar. “Sob a ótica odontológica, a amamentação tem papel fundamental no desenvolvimento ósseo e muscular da criança. Os profissionais e estudantes presentes devem atuar como multiplicadores das informações compartilhadas”, disse.
O encontro contou também com a presença do prefeito Mateus Silva, que compartilhou experiências pessoais como pai e destacou a importância do apoio familiar à mãe durante esse período.