Henrique Martins
Uma mulher foi presa em flagrante na manhã deste domingo (7), após disparar com a arma de fogo do próprio companheiro, um policial militar, dentro de uma pousada no bairro Barra da Lagoa, em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo. O caso foi registrado como disparo de arma de fogo em local habitado.
Segundo informações do boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada por volta das 10h23 via COPOM para atender uma denúncia de disparo de arma de fogo envolvendo um policial dentro de uma hospedaria. No local, os PMs encontraram um sargento do 4º Batalhão de Policiamento Metropolitano, que relatou que sua esposa teria tentado contra a própria vida com sua arma particular, um revólver Taurus calibre .38.
Conforme a versão apresentada pelo sargento, ele havia deixado a arma sobre o armário do banheiro enquanto utilizava o sanitário. A mulher teria entrado no cômodo, apanhado o revólver e se dirigido ao quarto da suíte. Ali, tentou atirar contra si, mas o disparo não se concretizou. Ainda segundo o policial, ao perceber a situação, ele correu para o quarto, momento em que a esposa efetuou um disparo que atingiu a parede próxima à televisão. Durante a tentativa de desarmá-la, outro tiro foi disparado, desta vez atingindo o suporte de papel higiênico no banheiro.
Após conseguir tomar a arma das mãos da esposa, o sargento acionou o 190. O SAMU foi chamado ao local e encaminhou a mulher à Santa Casa de Ubatuba. Após atendimento médico, ela foi liberada e conduzida à Delegacia de Polícia, onde prestou depoimento.
Versão da mulher
Em seu depoimento, a mulher confirmou parte da versão do marido. Disse que, após uma discussão, pegou a arma no banheiro e apontou contra si. Afirmou que chegou a efetuar um disparo, que atingiu a parede do quarto. No entanto, negou ter realizado o segundo disparo. Segundo ela, o segundo tiro foi disparado pelo companheiro, já no banheiro, o que contradiz a versão apresentada pelo sargento.
Um dos policiais que atendeu a ocorrência confirmou que a mulher admitiu ter tentado contra a própria vida e efetuado um disparo durante uma crise emocional. No entanto, ela sustentou que o segundo tiro teria sido disparado pelo companheiro no banheiro. O policial declarou que o local estava preservado e sem sinais de luta, e que o revólver calibre .38 apreendido possuía cinco munições, sendo duas deflagradas e três intactas.
Determinação da autoridade policial
A autoridade policial entendeu que havia elementos suficientes para configurar a prisão em flagrante por disparo de arma de fogo em ambiente habitado, conduta prevista no artigo 15 do Estatuto do Desarmamento. A materialidade foi confirmada pelos vestígios no quarto e no banheiro, pelas versões prestadas e pela apreensão da arma.
A mulher teve fiança arbitrada no valor de um salário mínimo. Caso o valor seja recolhido, ela poderá responder ao processo em liberdade. O caso foi encaminhado ao Poder Judiciário para as providências cabíveis.
Imagem: Polícia Civil