A atleta de São Sebastião, Jade Lie Tanaka, 20 anos, se consolidou tricampeã brasileira de Parasurf, na categoria Down, no último domingo (5/10). O Campeonato Brasileiro de Parasurf ocorreu na Praia de Ipojuca, em Porto de Galinhas (PE).
A competição foi organizada pela Confederação Brasileira de Surf (CBSurf) e teve disputas nas categorias Down, Baixa Estatura, Autismo e Surdo, mostrando que o surf pode ser acessível para todos com apoio necessário.
Jade enfrentou na bateria final a atleta local de Pernambuco Larissa Costa e a carioca Giovanna Galli, vencendo com uma somatória de 6.40 (4.00 + 2.40), enquanto Larissa foi vice-campeã com a pontuação de 6.05 (3.05 + 3.00) e Giovanna terminou em terceiro lugar somando 3.80 (2.15 + 1.65).
O destaque do Campeonato Brasileiro de Parasurf 2025 foi o aumento no número de mulheres competindo. Em 2023 elas eram quatro. Este ano, foram 16 atletas inscritas, o que mostra a importância do protagonismo da atleta sebastianense dentro da modalidade e no público feminino.
“Só tenho a agradecer todos que me apoiaram. Fiquei muito feliz em ser tricampeã e fazer novas amizades nesse evento lindo”, disse a atleta.
História da Jade
Jade nasceu na Ilha da Magia, em Florianópolis (SC), mas com 4 anos se mudou com os pais para São Sebastião. Aprendeu a surfar com seu irmão mais velho, Pedro Tanaka, que a ensinou a mergulhar desde pequena e depois começou a levá-la para surfar.
Pedro corria campeonatos de surfe e ela sempre o acompanhava. Porém, no auge da Pandemia do Covid-19, Pedro sofreu um acidente de mergulho e não resistiu. A surfista tinha uma forte ligação com seu irmão e ele também sempre cuidava dela enquanto os pais estavam trabalhando.
“Jade sofreu muito porque era muito ligada ao irmão mais velho. Existia muito amor e segurança na relação dos dois irmãos”, conta Ana Tanaka, mãe de Jade e Pedro.
Foram dois anos de luto o que proporcionava conforto para a família era o surfe. Com isso, Jade seguiu disputando campeonatos e buscando no esporte a sua superação.
Atualmente, Jade está com 20 anos e se tornou tricampeã brasileira de parasurf. Com isso, a paratleta continua construindo uma trajetória marcante dentro da modalidade.
“Existem muitas barreiras a serem quebradas para ser atleta de surfe, exposição, medos, falta de patrocínio. Mas o fato de ela ser menina e com síndrome de down, nos mostrou algo muito mais do que pontes a serem atravessadas”, finalizou a mãe de Jade.