Macc recebe família ‘Machado’ para encontro sobre Quilombo da Caçandoca

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O Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba (Macc) recebe no dia 6 de dezembro, sábado, mais uma edição do projeto MM MACC Museu Vivo. Nesta edição, o público vai participar de um encontro com a família Machado, caiçaras do Quilombo da Caçandoca, de Ubatuba.

Joviano José Machado, Maria da Conceição Machado estarão às 16h na Videoteca Lúcio Braun para a exibição do filme do filho Deco Machado, o “O Brilho da Herança”, obra foi premiada como Melhor Filme Documental no Filma Bauru (Festival de Cinema do Interior de SP) e eleito Melhor Curta-Metragem do Litoral Norte no Curta Caraguá 2025. Na sequência, uma roda de conversa com a família sobre o território está prevista. A entrada é gratuita e a classificação é livre.

 

Conheça a Família Machado

Deco Machado – cineasta e fotógrafo documentarista

Deco Machado é um criador forjado entre o mar, a mata e a história viva da Caçandoca. Cineasta e fotógrafo documentarista, formado em Fotografia pelo Centro Universitário Senac e em Produção Cinematográfica pela Academia Internacional de Cinema (AIC), ele une técnica, sensibilidade e compromisso ético para construir narrativas que emergem do território e retornam a ele com profundidade crítica.

Seu trabalho nasce da observação atenta da vida comum, da memória oral e da força das relações comunitárias. Deco pensa a imagem com a mesma seriedade com que pensa o território: sempre questionando, sempre desconfiando do óbvio, sempre observando as sutilezas que se escondem no cotidiano.

Seu filme mais recente, “O Brilho da Herança”, sintetiza essa busca. A obra foi premiada como Melhor Filme Documental no Filma Bauru (Festival de Cinema do Interior de SP) e eleita Melhor Curta-Metragem do Litoral Norte no Curta Caraguá 2025. O filme já soma mais de 25 seleções em festivais no Brasil, Canadá e Estados Unidos, consolidando a relevância do trabalho e ampliando o alcance das narrativas quilombolas e caiçaras para além das fronteiras regionais.

Maria da Conceição Machado – quilombola da Caçandoca, mestra griô do território, artesã e cozinheira da tradição

Maria da Conceição Machado carrega no corpo e na voz a própria memória da Caçandoca. Mais que testemunha, é guardiã ativa do território como Mestra Griô, conduzindo narrativas, rituais e saberes que sustentam a continuidade da comunidade. Artesã de mãos precisas e cozinheira de fundamento ancestral, é reconhecida por seus pratos tradicionais, que integram a Cozinha das Tradições do Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT). Ali, não apenas prepara alimentos; ela preserva e atualiza uma cosmologia culinária que atravessa gerações e afirma a dignidade quilombola.

Sua força, no entanto, ultrapassa a arte e a comida. Maria da Conceição foi pilar nas discussões e mobilizações pelo acesso à terra na Caçandoca, enfrentando estruturas resistentes e discursos que historicamente negaram direitos às famílias quilombolas. Participou de assembleias, marchas e diálogos tensos com o poder público, sempre conduzida por uma postura firme, crítica e comprometida com o futuro do território.

Joviano José Machado – caiçara de Caraguatatuba, pensador das dualidades do tempo

Joviano José Machado é daqueles nomes que o território pronuncia antes mesmo que alguém o apresente. Caiçara natural de Caraguatatuba e morador do Quilombo da Caçandoca há mais de cinquenta anos, ele se tornou parte indissociável da paisagem humana e espiritual do lugar. Seu pensamento nasce do convívio diário com o tempo, esse tempo que muda, que tenciona, que desafia e das dualidades que moldam a vida entre a mata e o mar.

Mestre da criatividade intuída, da sensibilidade que brota da vida simples e da sabedoria construída no corpo, no gesto, na convivência. No samba, encontra ritmo e filosofia. Na terra, encontra raízes.  Vive em relação direta com o território, cultivando um entendimento profundo das mudanças que moldam a Caçandoca e seu entorno. Seu olhar crítico não é acadêmico, é existencial. Ele percebe as transformações do tempo como quem lê a maresia no ar ou o movimento de um peixe na água, com naturalidade, precisão e um silêncio atento. Um sujeito que não se descreve: se vive. E, vivendo, ensina.

O Macc está localizado na Praça Dr. Cândido Motta, 72, no Centro de Caraguatatuba.

 

Foto: Fundacc

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