Promotoria diz que irmão se valeu da influência política de Márcio França e aponta desvios em contratos

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As primeiras informações que colocaram o pré-candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB), sob suspeita de corrupção em contratações na área da Saúde surgiram a partir de denúncias anônimas levadas ao Ministério Público do Estado na Operação Raio X. A reportagem é do jornal Estado de S.Paulo.

A referência consta no pedido enviado à Justiça pelo promotor Rodrigo Fernandez Dacal, responsável pela investigação da Raio X, para quebrar o sigilo de empresas e contas do irmão do político, o empresário e médico Cláudio França.

O documento, encaminhado em abril do ano passado e obtido pelo Estadão, revela que o MP foi alertado que as empresas Thema Consultoria e Assessoria em Saúde e Gomes Ortopedia, controladas por Cláudio França e pelo filho dele, Guilherme Faggione Gomes, sairiam vencedoras de pregões promovidos pela Caixa de Saúde de São Vicente (SP), autarquia que presta assistência médica aos servidores municipais. França é ex-prefeito da cidade, que fica na Baixada Santista, a 70 quilômetros da capital paulista.

As comunicações indicavam até mesmo nomes dos funcionários que seriam admitidos com a formalização da negociação. A tese do Ministério Público de São Paulo é que os contratos tenham sido direcionados e que a Caixa de Saúde tenha usado como cabide de emprego e para desviar dinheiro público. As suspeitas que recaem sobre Márcio França, por sua vez, envolvem possível uso da influência política para operacionalizar o suposto esquema.

De acordo com a reportagem, na avaliação do promotor, as empresas do irmão de Márcio França foram criadas com o ‘intuito prévio e deliberado de viabilizar contratações na área de saúde por órgãos públicos ou entidades gestoras parceiras, levando em conta o privilégio decorrente da influência política oriunda do parentesco’. Outro ponto que corrobora a hipótese é que uma delas, a Thema, firmou seu primeiro contrato duas semanas antes de ter sido registrada oficialmente.

 

Fonte: Brasil 247/Estadão

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