Marcello Veríssimo

Clima de guerra. Esse é o cenário que São Sebastião vive desde o último final de semana quando uma tempestade que começou por volta das 21h do sábado de Carnaval (18) e se estendeu durante toda a noite de madrugada do último domingo devastou bairros e trechos da Rodovia Rio-Santos na Costa Sul de São Sebastião.

Além de toda a tragédia, vivida pela população nos últimos dias, a semana começou com mais uma triste notícia com dispostos episódios de saques a estabelecimentos comerciais e residências. Moradores de bairros da costa sul contam à reportagem do JDL na tarde desta quarta-feira (22) que a região vive dias de devastação, mas que, apesar disso, a solidariedade entre as pessoas também aumentou. “Nós estamos ilhados, a situação está melhorando pouco a pouco, mas em Juquehy por dias ninguém entra e ninguém sai. Com a desobstrução da rua, começamos a sair para ir atrás de água potável e mantimentos”, disse o técnico em telecomunicações Rodrigo Canhetti, que passou os últimos dias retirando terra e barro da sua residência. “Conseguimos retirar toda a terra e areia e na verdade ainda não consegui mensurar o que aconteceu lá fora [na região da Barra do Sahy]”, completou Rodrigo, que tem se informado sobre os acontecimentos pela televisão.

Nesta quarta-feira, o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), que está em São Sebastião desde o último domingo, anunciou reforço no efetivo policial para impedir os saques as residenciais que estão desocupadas nas áreas de risco. A Polícia Militar também divulgou nota confirmando a operação.

De acordo com o governador, além dos 80 policiais do Batalhão de Choque que já estão em São Sebastião, mais 300 policiais militares devem chegar ao município para reforçar o efetivo policial na costa sul. “Os moradores saem de casa e depois recebem a notícia de que foram saqueadas e aí querem voltar. Por isso, há uma dificuldade muito grande de convencimento para os moradores deixarem seus imóveis, pois é tudo o que tem”.

Outra dificuldade dos moradores era com relação ao abastecimento de água na região e aos preços abusivos em alguns estabelecimentos. O repórter da Rede Globo, Wallace Lara, chegou a chorar durante uma entrada ao vivo nos telejornais quando falava que o preço de galões com água potável chegou a R$93.

O governador Tarcísio de Freitas disse que o abastecimento foi completamente restabelecido e que a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) forneceu mais de 100 mil copos de água e 40 mil litros em caminhões pipa para eventuais emergências. “Recebemos muita doação de água mineral, ninguém precisa comprar água a qualquer preço”, disse o governador aos jornalistas.

By srneto

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