Marcello Veríssimo

Três visitantes ilustres foram flagrados nesta terça-feira (7) passeando pelo mar na região sul de Ilhabela, próximo à praia Ponta da Sela. Equipes do Projeto Baleia à Vista e da agência de turismo Maremar registraram o momento que as baleias Bryde acompanharam um cardume de manjubinhas para poder se alimentar.

De acordo com os especialistas, um dos animais é uma fêmea que recebeu o nome de Diva e é conhecida por frequentar o arquipélago. Ela é uma baleia relativamente grande, de 14 ou 15 metros que visita o litoral há pelo menos 5 anos.

Os especialistas dizem que diferentemente das baleias Jubarte que só passam pela região como caminho de sua rota de migração para o Nordeste do país, as baleias Bryde são uma espécie residente na nossa região e aparecem mais entre a primavera e o verão.

A baleia Diva foi identificada em março de 2018 pelo projeto Baleia à Vista. O observador de baleias, Júlio Cardoso, que deu o nome a baleia Diva, disse que a identificação do animal é possível por conta das marcas em seu corpo que são analisadas por um software.

Ele disse que, neste ano, Diva tem aparecido desde o mês de janeiro pela costa da ilha e se alimentado de cardumes de pequenos peixes.
“Ela já apareceu com mais de um filhote por aqui, e estamos muito felizes em vê-la de novo e muito bem! Esperamos que continue vindo se alimentar aqui em Ilhabela sempre”, disse ele.

Cardoso também disse que as baleias tropicais não são avistadas com frequência na superfície, pois são baleias de profundidade e que nadam muito rapidamente. “Sobem à superfície apenas para respirar, por isso os avistamentos se tornam tão especiais para nós”, conta.

De acordo com o observador de baleias, a
Tropical Bryde (Balaenoptera brydei) é uma das várias espécies de baleias encontradas em todo o mundo. É conhecida por seu tamanho médio em comparação com outras baleias, com cerca de 12 a 16 metros de comprimento e peso de até 25 toneladas. “A Baleia Bryde tem uma aparência distinta, com uma cabeça arredondada, uma barbatana dorsal pequena e uma coloração escura acinzentada”, ele explica.

Cardoso disse que o animal possui marcas no corpo que as diferenciam entre si. “O que possibilita serem identificadas por um programa especial com um algoritmo semelhante ao “face id” que usamos nos smartphones”.