Marcello Veríssimo
A operação realizada nesta quinta-feira (16), em Caraguatatuba, trouxe a público possível prática de desvio de dinheiro dos cofres públicos. De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) teriam sido desviados R$12 milhões. A operação envolveu o MP, e as policiais Militar e Civil que cumpriram 26 mandados de busca e apreensão na Câmara e na Prefeitura de Caraguatatuba.
Seis servidores foram afastados por suposto envolvimento no esquema de desapropriações ilegais praticadas dentro da atual administração.
A Operação “Cais do Porto” também foi deflagrada nas cidades de São José dos Campos, Jacareí, Taubaté e Guaratinguetá. De acordo com o Ministério Público, a investigação apura a prática de crimes de apropriação indébita, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, que contaria com o envolvimento de servidores públicos municipais de Caraguatatuba.
A Justiça do município determinou o bloqueio de valores e bens dos envolvidos para garantir futura reparação do dano, bem como o afastamento cautelar dos servidores públicos supostamente envolvidos no esquema por 90 dias.
A investigação mostrou que há indícios de ilegalidades em processos administrativos de desapropriações e indenizações amigáveis de imóveis, que podem ter lesado os cofres públicos em mais de R$ 12 milhões.
Manhã de Quinta
Logo nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (16), viaturas da polícia civil e militar cercaram as entradas da prefeitura e da Câmara Municipal impedindo a entrada dos funcionários. Os policiais realizaram buscas e apreensões de documentos e computadores na secretaria de Assuntos Jurídicos e na sede da Secretaria de habitação que fica no bairro do Indaiá, na região central do município.
Os policiais também estiveram na casa de seis servidores municipais comissionados que estão entre os investigados. A identidade dos servidores ainda é mantida em sigilo pelo Gaeco(Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo).
Nota Oficial
A Prefeitura de Caraguatatuba informou aos jornalistas por meio de nota que a operação trata de uma investigação de servidores públicos que trabalharam no processo de indenização de uma área para construção da Praça de Eventos do Porto Novo, em 2014.
A prefeitura informou que está colaborando com a operação e todos os documentos que forem solicitados serão entregues às autoridades.
A Câmara Municipal informou que a operação realizada nesta quinta-feira não tem qualquer relação com a sede do Poder Legislativo.
