Algoritmo do Instagram: Internautas do litoral dividem histórias sobre o mito da produção de conteúdo na rede social

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Marcello Veríssimo

Você já teve a impressão de estar sendo vigiado enquanto rola o feed do Instagram? Provavelmente sim, mas não se preocupe nenhuma organização criminosa, um senhor de engenho tecnológico ou até mesmo a inteligência artificial está vigiando os seus pensamentos, mas se você usa as redes sociais, assim como outros aplicativos disponíveis hoje em dia, não tem como escapar dele: o algoritmo.

Com base na inteligência artificial, no caso do Instagram, por exemplo, o algoritmo é o responsável por mostrar o seu conteúdo para todos os usuários da plataforma e o conteúdo que você recebe. Mas não se preocupe que nenhum chip imaginário foi implantado na sua consciência e ela também não influencia a rede por conexões neurais cósmicas.

É apenas ciência. O algoritmo possui critérios próprios para avaliar os conteúdos relevantes em seus determinado públicos-alvo direcionando o que pode ou não ser do interesse de cada usuário.

E não tem como fugir dele. O algoritmo do Instagram, de acordo com os especialistas em tecnologia, é o conjunto de regras qual conteúdo aparecerá para os internautas da plataforma, que possui 2 bilhões de usuários em todo o mundo.

Para ser amplamente visto na rede social da riqueza, é preciso virar amigo do algoritmo e saber como ele funciona e ele fique ao seu lado, não importando a sua quantidade de seguidores, pois é o algoritmo quem define a ordem, para quem e como os conteúdos são mostrados seja no feed, na aba explorar ou nos stories.

Desde 2016, a plataforma de Mark Zuckerberg definiu os critérios para que uma publicação seja mais ou menos relevante pensando em melhorar a experiência de cada internauta. Ou seja, isso quer dizer que nenhum feed é igual ao outro.

O Instagram é a rede que privilegia as coisas boas da vida, a beleza, as viagens e os nichos relacionados a esses segmentos. Se você quer ser visto e ter engajamento na rede não adianta apenas produzir conteúdo de qualidade, tem que mostrar o que o seu público quer ver.

De acordo com os especialistas, isso inclui número de curtidas, comentários, compartilhamentos, salvamentos e visualizações de vídeos. “Quanto mais engajamento uma postagem receber, maior será sua probabilidade de aparecer no feed de outros internautas”, explicam as agências de marketing.

O algoritmo do Instagram também leva em consideração os tipos de postagens que um usuário curte, comenta e salva, para determinar quais outros tipos de postagens serão exibidos em seu feed. Ou seja, se você só curtir posts de academia, mais academia vai aparecer para você, não importa se você é ou não uma celebridade ou tem uma conta com o selo de verificação, por exemplo. “São muitas variáveis e isso influencia o comportamento do algoritmo”.

Para a estudante Caroline Dias, de Caraguatatuba, o Instagram é como um álbum de fotos e ela diz que “não está preocupada com o número de likes, engajamento ou seja lá o que for em suas publicações”. “Eu não gosto do Facebook, nem de outra rede social. No Instagram posso ter acesso aos artistas, aos conteúdos que eu gosto com rapidez”.

A rapidez a que a estudante se refere é a responsável por outra façanha que o algoritmo leva em conta para entregar os posts. São as métricas de conteúdo que incluem alcance, impressões e compartilhamentos, que é a soma do número de envios do conteúdo por DM, a mensagem direta e envios dos stories.

O treinador de vida de São Sebastião, Giobert Gonçalves, disse que, para ele, o algoritmo é fantástico por perceber suas preferências. “É que nem se eu entrasse em uma loja de roupas e o vendedor já chegasse com a roupa que eu quero, que gostaria de comprar, uma maravilha”, diz ele, que apesar de não ligar para o algoritmo já presenciou algumas experiências “sobrenaturais” com a ferramenta. “Eu não tenho esse incômodo como algumas pessoas falam que o algoritmo está nos vigiando, perseguindo, não tenho nada a esconder e não me importo se ele ver que entrei em algum site aqui, cliquei em algo ali”. “Mas já tive algumas experiências que me assustei: fiz uma viagem para a Chapada Diamantina com amigas e nossa intenção era passar em uma cidade litorânea na volta para fazer o avistamento de baleias. Em uma ocasião, estávamos conversando sobre a viagem, ninguém com o celular aberto, quando nós abrimos o celular para os três aparecem anúncios de avistamento de baleias naquela cidade”, disse Giobert.

Em outra experiência pessoal, ele disse que encontrou com uma amiga na rua, com o celular no bolso, e quando abriu o Instagram apareceu os posts da amiga em primeiro no feed. “Tem muita gente que acha que é uma invasão, mas não é”, analisa Giobert.

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