Marcello Veríssimo
Usar a tecnologia para um bem maior. Foi o que fez a Fundação Florestal que utilizou um drone para lançar duas toneladas de semente de palmeira-juçara sem polpa por 40 hectares do Núcleo Picinguaba, no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba. O lançamento aéreo foi realizado entre os dias 12 e 17 do mês passado utilizando um novo modelo de drone, que possui uma nova tecnologia desenvolvida especialmente para o Programa Juçara. De acordo com a FF, a metodologia de repovoamento do lançamento aéreo é imitar uma chuva de sementes.
O lançamento do mês passado foi o 21º realizado pela Instituição em uma Unidade de Conservação do Estado desde que o Programa Juçara foi iniciado. As sementes foram adquiridas com agricultores no entorno da unidade.
O Programa Juçara é uma iniciativa pioneira da Fundação Florestal em parceria com a Secretaria de Infraestrutura, Meio Ambiente e Logística, Secretaria de Desenvolvimento Econômico por meio do Programa Vale do Futuro, Itesp, universidades, prefeituras e a sociedade civil.
A Fundação Florestal informou que o programa
oferece uma alternativa de renda e trabalho a pequenos agricultores e comunidades tradicionais nas regiões que está inserido.
Entre 2021 e 2022, foram repovoados 620 hectares em Unidades de Conservação, sendo 20 polígonos em 11 Unidades de Conservação, no Vale do Ribeira e núcleos do Parque Estadual da Serra do Mar. Ao todo foram 31 toneladas de sementes.
Neste ano até agora já foram adquiridas 19 toneladas de sementes que serão lançadas, até o fim deste mês, em 380 hectares.
Além – Além da questão ambiental, o programa também procura modificar a cultura extrativista da palmeira-juçara ao desestimular o corte da árvore para a extração do palmito, oferecendo assim uma opção de obter seu sustento por meio do cultivo e da venda da polpa de sementes para o reflorestamento. A preservação da palmeira está diretamente ligada à manutenção da biodiversidade.
A Juçara serve de alimento para mais de 68 espécies, entre aves e mamíferos. Tucanos, jacutingas, jacus, sabiás e arapongas são os principais responsáveis pela dispersão das sementes, enquanto cutias, antas, catetos e esquilos, entre outros, se beneficiam das sementes e frutos.