Marcello Veríssimo
Você é low-profile? Em um tempo onde o que importa é ser fotografado, filmado e registrado, pessoas que não postam nas redes fazem vídeos para o Youtube explicando os motivos que deixaram as redes sociais acabaram chamando atenção por não terem um perfil no Instagram, por exemplo.
De fato, o termo em inglês virou moda no Brasil para classificar uma parcela de internautas que vai na contramão dos influenciadores digitais e criadores de conteúdo, profissões populares atualmente.
Low-profile, por definição, significa discreto, ou seja, que não chama a atenção. É justamente o comportamento de determinados internautas que não deixam rastros nas redes sociais, sendo impossível obter informações mais detalhadas dessas pessoas, que escolhem desconectar das telas, mesmo em alguns casos mantendo um perfil ainda ativo em alguma plataforma. “Rede social é uma distração, não preciso mostrar recortes da minha vida para ninguém. Posto cachorros, memes, bebezinhos”, diz o empresário Aislan Mobilon, 42, de Caraguatatuba, que mantém contas nas redes sociais por motivos de trabalho. “Tenho tanta coisa para fazer na vida, trabalhar e às vezes perdemos tempo olhando a vida dos outros”, ele completa.
Aislan também disse que, para ele, nas redes sociais muitas vezes as pessoas mostram aquilo que gostariam de ser, mas que na realidade não são. “Fazem sem medo por não estarem cara a cara, essa é uma das ilusões da rede social”.
A jovem de São Sebastião Tatiana Bortolini, 28, também tem suas restrições com relação às redes sociais. No começo deste ano, desativou seu perfil no Instagram para focar mais na sua vida real. “A internet é maravilhosa, tudo depende da forma como você usa”, disse ela, que exibe sua rotina saudável de treinos, seu lifestyle saudável para quase quatro mil seguidores.
Hoje, Tatiana conta que fica mais atenta ao tempo que passa no Instagram e o conteúdo que ela posta. “A vida é editada no insta por mais verdadeiro que você seja”, ela filósofa.
Fora do Instagram e do Facebook, principalmente, para estas pessoas a melhor forma de estar conectado é o Whatsapp, pelo contato mais “direto e pessoal”. “Eu uso o Whatsapp pelo meu trabalho então optei por ficar só com ele neste momento”, contou Bruno Dantas, 34, de Caraguatatuba.