Marcello Veríssimo
O verão é a estação mais quente do ano, mas nesta temporada os turistas que frequentam a região foram surpreendidos por uma espécie de visitantes indesejados que causam queimaduras e deixam marcas que não são do biquíni ou da sunga.
Trata-se das caravelas portuguesas que desde o mês passado começaram a aparecer nas praias da região para dividir espaço com as já comuns águas vivas.
Em Caraguatatuba foram registrados oito casos de pessoas atendidas nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
De acordo com os especialistas, esses animais são uma espécie de “bichos soltos” que podem aparecer em qualquer praia. Seus tentáculos podem medir até 30 metros de comprimento e são capazes de injetar um tipo de veneno para capturar suas presas e também como uma forma de autodefesa.
De acordo com os especialistas, a “peçonha” das caravelas mistura vários polipeptídeos com ações tóxicas e enzimáticas, que estão presentes nos seus tentáculos.
As autoridades de saúde pedem para que as pessoas se mantenham alertas.
Os especialistas dizem que o contato com os tentáculos podem causar sintomas como ardência ou dor intensa no local, que podem variar de 30 minutos a 24 horas.
A dermatologista de Caraguatatuba, Aline Bortoliero, disse que para evitar dores incômodas a “vítima” pode lavar a região atingida com a própria água do mar e remover as células venenosas. “Outra dica valiosa é aplicar vinagre durante 30 segundos para inibir a liberação do veneno.
Essa medida não só melhora a ardência como também faz a marca da queimadura desaparecer gradualmente”, disse ela.
Segundo a dermatologista, o mito de tratar a queimadura com urina não procede. “Isso é totalmente contraindicado. Também evite lavar com água doce, pois pode agravar o problema”.