A Justiça negou, nesta terça-feira (12), o pedido liminar da defesa de Thiago Bally (PSDB), vereador eleito em São Sebastião, que solicitava a revogação da ordem de prisão contra ele. Bally está foragido da Justiça e é suspeito de ter envolvimento em um homicídio que aconteceu em abril deste ano na cidade.
Na decisão, a relatora Fátima Vilas Boas Cruz, da 4º Câmara de Direito Criminal, afirmou que Bally “é suspeito de haver cometido o crime de homicídio qualificado” e que “encontram-se presentes provas da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria que bem justificam a decisão de decretação da prisão preventiva do inculpado”.
A relatora destacou ainda que a prisão “não significa ofensa ao princípio constitucional da presunção de inocência” e avaliou que para conceder a revogação do pedido de prisão, deveria haver “flagrante ilegalidade do ato ou no abuso de poder da autoridade”, o que, segundo a relatora, “não se verifica, no caso em análise, os requisitos necessários”, por isso negou o pedido de habeas corpus.
Com isso, Bally continua foragido da Justiça. Se localizado, ele será preso preventivamente. Até a última atualização desta reportagem, Bally ainda não havia sido preso.
Nas redes sociais, Bally afirmou que “segue com toda convicção de que estará presente, em breve, na vida pública, na vida pessoal e na vida como Cristão”.
Ordem de prisão
A Justiça decretou, no dia 30 de outubro, a prisão preventiva de Thiago Bally (PSDB), vereador eleito em São Sebastião, que é suspeito de ter envolvimento em um homicídio que aconteceu em abril deste ano na cidade.
Na decisão, a juíza Gláucia Fernandes Paiva, da Vara Criminal de São Sebastião, apontou que Thiago Alack de Souza Ramos, mais conhecido como Thiago Bally, “compareceu no local dos fatos minutos antes do crime, tendo sido demonstrado desentendimentos pretéritos com a vítima” — entenda mais sobre o caso abaixo.
O crime pelo qual Thiago Bally é investigado aconteceu na tarde do dia 6 de abril deste ano, em uma chácara localizada na Rodovia Doutor Manoel Hipólito do Rêgo, na altura do bairro Juquehy, em São Sebastião.
A vítima do assassinato é Victor Alexandre de Lima, de 22 anos. Segundo o relatório final de investigação da Polícia Civil, no dia do crime, Victor recebeu uma ligação e foi até o local denominado ‘Sítio Velho’.
No local, segundo o relatório, a vítima encontrou com Maiquel Douglas Pires Ferreira e negociava uma venda, quando foi atingido por dois disparos. Em depoimento para a polícia, Maiquel confessou que atirou contra Victor, mas alegou que agiu em legítima defesa. Maiquel está preso temporariamente e, nesta quarta-feira (30), teve a prisão convertida em preventiva pela Justiça, durante o andamento das investigações.
No entanto, de acordo com a denúncia do Ministério Público de São Paulo, Thiago mandou Maiquel matar Victor, pois havia recebido informações de que o jovem sequestraria a filha dele.
Na decisão desta quarta-feira, a juíza cita que “há presença de indícios suficientes nos autos a indicar a imprescindibilidade da prisão preventiva e a insuficiência das medidas cautelares diversas da prisão no caso em concreto”.
A magistrada apontou ainda que “se soltos, podem se evadir do distrito da culpa a fim de se furtar à responsabilidade penal”.
Thiago Bally (PSDB) foi o sétimo vereador mais votado nas eleições deste ano em São Sebastião, com 1.173 votos.
Nas eleições de 2022, ele também concorreu ao Legislativo da cidade, mas não foi eleito, ficando como suplente.
Com G1