Grupo Shandala celebra 15 anos com show gratuito em Ubatuba

Grupo Shandala celebra 15 anos com show gratuito em Ubatuba

Henrique Martins

 

Neste sábado (20), o grupo Shandala celebra 15 anos de trajetória com o espetáculo “Giros”. Reconhecido por seu trabalho autoral, o grupo se destaca pelo forte diálogo com as tradições culturais brasileiras, mesclando influências de ritmos populares e da música árabe. O evento é gratuito e será realizado a partir das 16h, no Rancho Caiçara, localizado na Avenida Governador Abreu Sodré, 1090, no bairro Perequê-Açu, em Ubatuba.

Mais do que um show, o trabalho do Shandala convida a um mergulho coletivo na música e na tradição. No palco e junto ao público, o grupo canta, dança e conduz um cortejo vibrante, unindo vozes, rabeca, flautas, pífanos, violão e uma rica variedade de tambores e percussões.

Composto por Camila Latenek, Julia Horesh, Livia Bello e Paulo Santos, o Shandala constrói sua sonoridade a partir das raízes da cultura tradicional brasileira, explorando ritmos como coco de roda, ciranda, toadas de boi, cavalo-marinho, jongo e maracatu de baque virado. Essas expressões se entrelaçam a influências da música árabe, cigana e indiana, resultando em uma fusão rica e original.

Em entrevista ao Jornal do Litoral, Julia Horesh, integrante da banda, relembra a formação do grupo em 2010, na cidade de Assis, entre amigos universitários da Unesp. A primeira apresentação aconteceu durante a Semana de Liberdade Criativa, evento organizado pelos próprios alunos da universidade, com oficinas, performances e diversas manifestações artísticas. Na ocasião, o grupo preparou um repertório com rearranjos de músicas de artistas que os integrantes admiravam.

“Todo mundo ainda estava descobrindo essa relação com a música”, conta Julia, destacando o caráter coletivo e experimental do grupo desde o início, com revezamento de instrumentos e vocais compartilhados. Parte dos integrantes também participava do Galpão Cultural, onde havia uma oficina de ritmos brasileiros. “O repertório acabou sendo construído a partir disso”, resume.

Julia também explicou que, desde o início, as influências do Shandala vieram das culturas tradicionais brasileiras, especialmente das manifestações populares do Nordeste. O grupo teve contato com expressões como coco de roda, maracatu de baque virado, ciranda e cavalo-marinho, especialmente no contexto de Recife.

No Sudeste, o jongo foi uma referência marcante, assim como as toadas de boi do Maranhão. “Influências importantes vieram do mestre Tião Carvalho, da Graça Reis e da Ana Maria Carvalho”, destacou.

Entre os artistas que serviram de inspiração no início da trajetória, ela cita Mestre Ambrósio, Ciba, Floresta do Samba, A Quatro Vozes e Lia de Itamaracá. Mais adiante, o grupo passou a incorporar outras referências ao seu repertório. “Um pouco depois, também vieram Nilton Júnior, algumas músicas do próprio Tião, da Ana Maria, da Graça Reis e do Totonho do Jongo. Então, esse foi o primeiro universo de referências que influenciou o grupo”, explicou.

Na construção de sua identidade sonora, Julia afirma que o Shandala parte da música brasileira autoral, mas expande seus horizontes ao incorporar elementos de outras tradições culturais. O grupo estabelece um diálogo constante entre referências da cultura tradicional brasileira e influências como a musicalidade árabe e o flamenco, que também se expressa por meio da dança.

“Sinto que isso tem a ver com as vivências das próprias integrantes”, afirma. “Por onde cada uma de nós caminha, circula, trazendo outras influências para além das manifestações da cultura brasileira.” Segundo ela, existe uma conexão natural entre a musicalidade árabe e os ritmos nordestinos, perceptível nas melodias. “É difícil explicar, mas há uma conexão musical que se comunica.”

Por fim, Julia conta como será o espetáculo Giros deste sábado. A apresentação reúne canções do álbum Giros, disponível nas plataformas digitais, além dos singles Atravessa e Canto de Alzira, compostos durante a pandemia e lançados com clipes musicais. Segundo ela, o repertório também inclui músicas não autorais que marcaram a primeira fase do grupo. “São artistas que a gente admira muito e que cantamos desde a nossa primeira apresentação. Por isso, quisemos incluir músicas desses mestres no espetáculo”, afirma, citando nomes como Ciba, Mestre Ambrósio, Tião Carvalho e Nilton Júnior.

A proposta do show é mesclar o antigo e o novo, em uma narrativa que reflete a trajetória do grupo ao longo de 15 anos. “Representa um momento de celebração”, destaca Julia. Ela explica que, após a passagem pelo interior e pela capital paulista, com apresentações em festivais e espaços culturais como Sesc Santo André, Sesc Sorocaba, Tendal da Lapa, CCBB e o Festival de Culturas Tradicionais de Sagarana (MG), o Shandala vive agora uma nova fase, dividindo-se entre Ubatuba e Bertioga. “Acho que isso reinaugura um novo momento do grupo nesses novos territórios. Estamos achando tudo isso muito especial”, completa.

A apresentação também contará com a participação especial da artista Surama Caggiano, de Ubatuba, que fará uma intervenção artística durante o espetáculo.

O projeto é realizado pela Secretaria Nacional de Cultura, com recursos da Lei Aldir Blanc, em parceria com a Prefeitura de Bertioga/SP e o Governo Federal.

 

SERVIÇO:

Shandala – Show “Giros – 15 anos”

Data: 20 de setembro, sábado

Horário: 16h

Local: Rancho Caiçara – Av. Gov. Abreu Sodré, 1090 – Perequê-Açu, Ubatuba/SP

Entrada gratuita

Redes sociais e streaming: @projetoshandala

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