Marcello Veríssimo
Caraguatatuba manteve a liderança no ranking dos municípios paulistas com maior taxa de vítimas por homicídio por 100 mil habitantes, nos cinco primeiros meses de 2022, com 25,08. Os dados da Secretaria de Segurança Pública levam em conta o número de pessoas mortas em casos de homicídio doloso entre junho de 2019 e maio deste ano.
A SSP informou que a comparação com 2021, neste momento, é errônea levando em consideração o período de isolamento social, quando menos pessoas circulavam pelas ruas, em razão da pandemia da Covid-19. Para se ter uma ideia, em 2019, a taxa era de 6,58.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Caraguatatuba está entre as seis cidades da Região Metropolitana do Vale do Paraíba com maior taxa de homicídios do estado. Além do município, Pindamonhangaba registrou 22,83 vítimas no mesmo período.
Somente nos cinco primeiros meses deste ano, Caraguatatuba já contabiliza 14 casos de homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar. Em 2019, durante todo o ano, foram registrados 25 casos entre janeiro e dezembro.
De acordo com a polícia, a segunda cidade em que mais se corre risco de ser assassinado é Ubatuba. Nos cinco primeiros meses do ano o município contabiliza 11 casos.
No caso dos homicídios, São Sebastião e Ilhabela podem ser consideradas os municípios mais seguros do litoral norte, com cinco e um casos registrados em 2022.
Para Pedro Hirochi, presidente do Conseg (Conselho de Segurança) de Caraguatatuba, os atuais dados da SSP são preocupantes, mas não surpreendentes. “Apesar dos esforços das forças de segurança pública do litoral, tanto da Polícia Civil quanto da Polícia Militar, nada foi resolvido e nada se fez até agora efetivamente”, diz o presidente do Conselho de Segurança.
Pedro Hirochi se refere ao oficio que foi protocolado junto ao secretario de Segurança Pública João Camilo com uma série de demandas para melhorar a segurança. Ele cita a reforma da DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) e a falta de servidores no efetivo da Polícia Civil. “A sociedade civil tem o direito de cobrar providências efetivas. É a vida das pessoas que está em jogo”, diz Hirochi.